ENTREVISTAS

MARCO CHAVES, TREINADOR CAMPEÃO BRASILEIRO, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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A TRAJETÓRIA DE UM GRANDE TREINADOR QUE SAIU DO INTERIOR PAULISTA E FOI PARA MATO GROSSO, E LEVOU ENTE ESTADO CAMPEÃO DO BRASIL: MARCO CHAVES

 Marco, quero que você fale um pouco de sua carreira como técnico de basquete, e até mesmo antes de tornar treinador e até chegar ser campeão brasileiro.
 Eu sou natural de Botucatu, interior do estado de São Paulo, foi onde em 1996 iniciei a minha carreira de técnico de basquete, momento em que eu cursava o segundo semestre do curso de educação física, e trabalhava como no estagiário do SESI de Botucatu. Nesta época eu formei os meus primeiros times, os quais conquistaram vários títulos na Liga de Bauru e Jogos Regionais. Em 2001 me mudei para a cidade de Campinas onde morei por quatro anos, atuando como técnico da equipe da engenharia da computação da Unicamp, e como arbitro de basquete da Liga de Iracemápolis. Em 2005 me mudei para Itararé, e em 2006 retornei para Botucatu, me mudando para o Mato Grosso em janeiro de 2009. Por onde passei sempre trabalhei com as categorias de base e a adulto feminino.


 Você é um estudioso, viaja, faz cursos, tem seus compromissos profissionais, como é seu dia a dia?

 Desde que decidi investir na carreira de técnico de basquete, meu dia a dia é pensar na modalidade boa parte do tempo. Sempre mantendo contados com outros profissionais na intenção de estar sempre atualizado, participo de cursos, clinicas e congressos pelo Brasil, e hoje no Mato Grosso sou um dos técnicos que possui a carteirinha de Nível – I e III da Escola Nacional de Treinadores de Basquete organizada e realizada pela Confederação de Brasileira de Basketball.  Além de treinador, sou professor universitário da Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde, professor de musculação e de basquete do Colégio Particular Educar. Como o meu maior objetivo é fazer parte de uma Seleção Brasileira de Basquete, procuro utilizar todas essas atividades para me manter preparado, para quando surgir uma nova oportunidade como essa de dirigir a seleção mato-grossense no Campeonato Brasileiro, eu conseguir fazer um excelente trabalho.


 Como se sente em ser campeão brasileiro e levar o basquete de Mato Grosso à elite do basquete nacional?

 Eu fiquei muito feliz com o resultado alcançado neste brasileiro, fizemos um campeonato de forma invicta, e com certeza foi uma das minhas maiores conquistas dentro do Basquete. Sabíamos que tínhamos excelentes valores individuais na equipe, e que apenas precisávamos fazer com as meninas pensassem e jogassem em unidade. Apesar do pouco tempo de trabalho, nós conseguimos fazer com que nossas atletas intendessem a nossa filosofia trabalho, a palavra de Deus foi um dos pontos fundamentais para que tudo desse certo até o final. O trabalho que é realizado no basquete do Mato Grosso é muito bom, técnicos de nível – III da ENTB, e que como eu, acham que o basquete mato-grossense vai fazer bonito na primeira divisão.


 Como é o perfil de sua atleta?

 A minha atleta tem que aprender a amar defender independente da posição que ela jogue saber realizar inúmeros sistemas defensivos. Saber fazer uma rápida transição para o ataque, sempre priorizando o trabalho coletivo, sem deixar de lado o jogo individual.


 Qual foi sua partida inesquecível?

 Tive inúmeras partidas inesquecíveis em minha vida, especialmente aquelas onde minhas equipes viraram o placar nos últimos segundos. Em 2000 quando fui o técnico da equipe feminina da universidade UNESP de Botucatu no famoso INTERUNESP, um dos maiores eventos esportivos universitários do Brasil, nós jogávamos contra a fortíssima equipe da UNESP de Bauru que era composta por jogadoras que tinham a experiência de ter jogado o campeonato da Federação Paulista, e que comandara o jogo do começo ao fim, quando no finalzinho eu percebi que a equipe bauruense estava cometendo erros infantis, pedi um tempo, mudei rapidamente a parte tática da minha equipe que conseguiu virar o placar e ganhar o jogo por 5 pontos de diferença, conquistando a medalha de ouro do campeonato, e com a vitória apertada, a torcida que vibrou até o final com o nosso time, desceu e vieram nos erguer no colo felizes pela conquista, e porque, com a vitória a Unesp de Botucatu foi campeã geral por ter ganho o titulo de quase todas as modalidades disputada neste evento.


 O basquete já deixou você triste alguma vez?

 Sim muitas vezes, a sorte que creio muito em Deus, e tenho uma excelente família e amigos, caso contrario, eu já teria parado há tempos.


 Qual sua maior conquista?

  Graças a Deus de todos os campeonatos que conquistei na minha carreira de técnico de basquete, sem duvidas a conquista do Campeonato Brasileiro foi a maior conquista da minha vida até o momento. 


 Seus planos para a próxima temporada

 Eu vou conversar com a Presidente da Federação Mato Grossense de Basketeball (Karine), para que possamos achar uma forma de recrutar as atletas em potencial, seguir um planejamento que tem que começar este ano, para que tenhamos condições de realizarmos uma excelente campanha na primeira divisão em 2014.


 Como vê o basquete feminino atualmente e o que está faltando para melhora-lo?

 Quando o basquete feminino tinha Paula de um lado e Hortência do outro, a transmissão dos jogos era em tv aberta, onde observamos um público superior a 4000 mil pessoas nos ginásios como acontece atualmente no campeonato brasileiro com as equipes do Maranhão e do Sport Recife.  Era muito mais fácil influenciar as meninas a treinarem, elas tinham referencias para seguir. Hoje é muito complicado de fazer basquete, especialmente do feminino. A CBB como a Federação Paulista devem buscar mudar os valores das taxas dos campeonatos femininos, para que mais equipes possam participar, e ter a coragem de negociar com uma tv aberta, mesmo sabendo que irá perder no inicio, mas com o tempo a modalidade reconquistará mais adeptos, será mais divulgada, consequentemente ganhará mais credibilidade, mais patrocinadores, porque da forma que está, iremos continuar vendo campeonatos com seis equipes, e um monte de juvenil de muito potencial encerrando a carreira por não ter onde jogar.


 Eu passei a conhecer mais o basquete de Mato Grosso, depois que você começou seu trabalho neste estado, você tem um programa de massificação para o nosso basquete feminino?
 Antes de me fixar no município de Lucas do Rio Verde, morei em 2009 na cidade de Vera e 2010 em Nova Mutum, e mesmo morando um ano em cada cidade, consegui realizar um bom trabalho com a modalidade, o que ajudou na minha contratação aqui no município de Lucas, onde hoje dou treino para 150 atletas entre 07 a 17 anos de idade, criei uma Associação de Basquete, a qual é vinculada ao CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes), e possui o selo de Utilidade Publica municipal. Agora estamos buscando desenvolver o nosso projeto sócio-esportivo chamado de “Cesta de Ouro”, cujo objetivo é promover o basquete primeiramente de forma social, na intensão de massificação da modalidade, levando os talentos que irão surgir naturalmente, para um trabalho visando rendimento.


 Fale de um fato inusitado acontecido com você, durante sua vida dentro do basquete?

 Uma vez quando eu disputava a semifinal dos Jogos Regionais na cidade de Bauru contra a equipe da casa, eu pedi um tempo técnico antes da minha armadora cobrar seus dois lances livres da falta que ela havia sofrido durante a execução do movimento da bandeja, na intenção de passar a movimentação tática caso ela acertasse ou errasse. Durante as minhas orientações táticas, a minha armadora combinou com a minha pivô que por sua vez estava com uma porcentagem alta na conversão dos lances livres, para ela arremessar no lugar dela. Assim aconteceu, a arbitragem não percebeu a troca das jogadoras na hora do lance livre, após minha pivô ter acertado seu primeiro lance livre, eu percebi a troca entre as duas, mas fiquei quieto para não prejudicar a minha equipe que perdia por três pontos, pois com certeza nós levaríamos uma falta técnica se os árbitros tivessem percebido a malandragem das duas. Mas depois chamei a atenção das duas, para repetirem o feito novamente.



COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS

Uma cidade – Lucas do Rio Verde

Um país - Brasil


Prato preferido - feijoada

Um sonho realizado – conquista de um titulo brasileiro


Um sonho a realizar – ser técnico da Seleção Brasileira


Um ídolo no basquete - Michael Jordan

Uma mulher bonita – Lidi Lisboa

 


Um livro – Como fazer amigos e influenciar pessoas do autor  “Dale Carnegie”.

Um filme -  Desafio de Gigantes


Amor  -  base para a felicidade

Amizade – algo que nos fortalece


Deus – tudo na minha vida

Seleção brasileira – objetivo


O que você mais gosta – De ser treinador de Basquete

O que mais detesta - Falsidade


A cesta mais certeira de sua vida – ter me mudado para o Mato Grosso


Marco, quero que deixe uma mensagem para meus leitores

Que o sucesso obtido em qualquer esfera da vida, é conquistado com muita devoção a Deus, muita persistência, coerência e trabalho árduo. O momento esperado pode até demorar, mas mediante ao seu esforço ele será alcançado.  

Notas sobre as fotos do arquivo de Marco Chaves

1 - Foto: Equipe adulto de Itararé, Campeã dos Jogos Regionais;

2 - Foto: Equipe Infanto do Sesi Campeão Paulista do PAF  (Programa Atleta do Futuro) - Técnico Raimundão, eu de assistente, a n. 15 Renatinha Oliveira, a n. 04 Izabela Andrade e a jogado agachada com o braço no joelho embaixo na n. 12 é a Robertinha que jogou no Maranhão basquete este ano. 

3 - Foto: Curso da Escola Nacional de Treinadores de Basquete nivél III em São Sebastião do Paraíso - MG (Tácito, eu , Luca e Paulo Bassul);

4 - Foto: Amistoso entre Brasil X Estados Unidos no Clube Pinheiros - SP, antes do inicio do Campeonato Mundial (Sue Bird, Iziane, eu, técnica americana e Paulino)

5 - Foto: Clinica internacional em São Paulo (Técnico Larry Brow, eu e seu assistente Dave)

6 - Foto: Equipe de Cerquilho, vice campeã dos Jogos Regionais;

7 - Foto: Professor Oficina de Basquete do II - Seminário de Educação Física do Pantanal Mato-Grossense promovido pela UNEMAT (Universidade Estadual do Mato Grosso);

8 - Foto: Apresentação de tema livre no I - Congresso Internacional de Educação Física da Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde-MT.

9 - Foto: Conquista da medalha de Ouro no Campeonato Brasileiro Feminino de Basquete 2. divisão da categoria Sub-17 de 2013

10 - Foto: Resultados da equipe infanto-juvenil masculino de Lucas do RIo Verde até julho de 2013.

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