ENTREVISTAS

ADRIANA SANTOS LOPEZ, TÉCNICA DE AMERICANA, CAMPEÃ MUNDIAL E DUAS MEDALHAS OLÍMPICAS, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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ADRIANA SANTOS  LOPEZ: UM TÍTULO MUNDIAL, DUAS MEDALHAS OLÍMPICAS E UMA VIDA DEDICADA AO BASQUETE

            Até parece que foi ontem. Madrugada gelada do dia 12 de junho de 1994. Quatro horas da manhã, vi através da tv Bandeirantes a bola subir para Brasil e China, valendo a final do Campeonato Mundial de Basquete e o nosso ilustre desconhecido basquete feminino, colocava nossa Bandeira no ponto mais alto, onde nenhuma outra pudesse alcançar.

            Vieram depois duas memoráveis medalhas olímpicas, e quando se fala de medalha olímpica, não se importa a cor.

            E assim se passaram 12 anos de seleção brasileira, mas  o basquete continua na vida desta campeã mundial, desta medalhista olímpica que se dedica sua vida na sublime missão de formar jogadoras assim como ela, um dia se formou. Ela vive 24 horas de basquete por dia e ainda é dona de casa,  esposa, mãe e amiga. Seu carisma é inconfundível e quem não a conhece pessoalmente, quando puder, não perca a oportunidade de conversar um pouco com ela e saberá um pouco mais da beleza que é o basquete.

            Um dia, já tive a oportunidade de ganhar um autógrafo dela, tempos depois, ganhei uma foto ao lado dela e hoje posso passar para todos os meus leitores, um pouco mais sobre esta campeã Mundial e que continua a serviço do basquete.

            Ela é simplesmente Adriana Santos Lopez, mãe da Luiza, esposa do Virgil e treinadora do sub-17 e sub-19 de Americana e assistente do Zanon, no adulto.

 

Adriana, quero que você fale um pouco de sua carreira como jogadora de basquete, quando começou até conquistar um Mundial e duas medalhas olímpicas.

Comecei a jogar basquete com 12 anos na cidade de São Bernardo do Campo. Sai de casa aos 16 anos, pois fui convidada pela técnica Maria Helena Cardoso para jogar na Unimep em Piracicaba ,passei por varias equipes (Unimep,Leite Moça,Arcor,Guaru,Quacker,Sport Recife,Microcamp,Uniban,Cesp,Montpellier ,Lugo ,Rivas Futura e Unimed/Americana) , aos 20 anos fui Campeã Panamericana em Cuba e começava ai minha caminhada com a seleção Brasileira Adulta onde permaneci por 12 anos , tive a honra participar da primeira olimpíada do basquete feminino brasileiro em Barcelona ,Campeã do Mundo em 1994 , prata na olimpíada de Atlanta e bronze em Sidney.


 E fale um pouco de sua carreira como treinadora, quando começou até chegar hoje, treinadora das equipes de base e assistente do adulto de Americana.

Parei de jogar em Dezembro  de 2009,estava prestes a completar 39 anos ,meus joelhos já não aguentavam mais depois de 5 cirurgias ,fui convidada pela Unimed/Americana para ser técnica da equipe sub 17 ,sub 19 e assistente do adulto, desde então passo o dia no ginásio e é muito prazeroso, amo o que faço ,lidar com tantas adolescentes não é nada fácil ,tenho que estar atenta a muitas coisas e não apenas ensinar basquetebol. Identifico-me muito com elas e trabalhamos muito a cada dia, pois acredito que somente assim cresceremos .

 

  Faça um paralelo do nosso basquete feminino de sua época de jogadora, um título mundial e duas medalhas olímpicas com o basquete de hoje.

Olha sempre me fazem essa pergunta, mas de verdade não da para comparar aquela época e agora, as coisas mudaram e muito, na nossa época as preocupações eram outras, as necessidades eram outras ,para muitas meninas inclusive eu basquete era meio de sobrevivência ,eu percebi que com o basquete poderia obter coisas que minha família nunca poderia  me proporcionar, e hoje em dia acho que hoje temos mais acesso a muitas outras coisas que naquela época não tínhamos ,mas acredito que a grande diferença de antes para hoje é que havia mais competitividade entra as equipes ,mais patrocinadores ,equipes fortíssimas basquete estava muito mais em evidencia, erramos a segunda modalidade do país .

 O que significa para você, ganhar duas medalhas olímpicas e um título de Campeã do Mundo?

Ter sido campeã  do Mundo aos 23 anos foi um sonho, parecia não ser real,  aquele grupo mereceu demais .
Quanto as medalhas olímpicas em Atlanta  ja sabíamos  nosso valor no cenário do basquete ,ja éramos respeitadas mundialmente. A prata foi consequência de um trabalho muito intenso ,ir a final Olímpica contra o E.U.A no Georgia Domme foi indescritível .Já o bronze foi uma medalha muito saborosa de ganhar porque ninguém acreditava  que sem Paula e Hortência poderíamos conseguir ,foi um grupo determinado em um único objetivo "a superação".

 

  Qual foi sua partida inesquecível?

Em 26 anos de basquete (nossa rsrsrsr) houveram varias partidas que ficaram guardada na memoria ,mas vamos ,lá vou citar uma a semifinal contra Rússia na Olimpíada de Sidney.

 O basquete já deixou você triste alguma vez?

Ahh sim ,muitas vezes ,faz parte rsrsrsrs.

 

  Como está sua vida de treinadora? Qual a idade ideal para que a criança começa a disputar competições?

Minha vida esta ótima, como já disse passo meu dia no ginásio, treino pela manhã com a equipe adulta e a tarde com a base e adulta, a noite sou dona de casa, esposa e mãe da Luiza, depois que ela dorme preparo o treino do dia seguinte e assim sigo dia a dia ,é cansativo mas prazeroso.
Aqui na escolinha  Unimed/Americana até os 12 anos elas não competem , participam de festivais ,aos  13 anos já começam a competir ,eu acredito ser o ideal.

 

  A partir de que idade pode ser cobrada de uma criança a prática correta dos fundamentos?

A partir  do momento em que a criança entre na fase de competição.

  Americana sempre foi uma referencia nas categorias de base do basquete feminino e consequentemente, no adulto, como é feito esse trabalho? A partir de que idade a menina começa a participar dele?

As meninas começam treinando com as categorias de base, sub 13, sub 15 e sub17 e do 17 em diante já começamos a introduzir algumas jogadoras na equipe adulta, já as sub 19 treinam os dois períodos com  da equipe adulta ,participam de jogos regionais, paulista e liga, eu passo para o Zanon quem esta se destacando e elas revezam ou não ,lembrando que existe também exceções...

 

 Neste ano, como estão suas equipes do sub-17 e sub-19? A Mariane, que chegou de Araraquara, como está vendo o potencial dela?

 Esse ano disputaremos o sub 17 com um boa equipe, permaneceram 7 meninas da equipe que foi campeã ano passado e chegou mais a Mariana para somar, ela é uma menina muito talentosa, treina forte, sabe o que quer, está treinando há um mês apenas ,ainda esta se adaptando, é tudo novo para ela ,nova escola ,novo lar, conceitos de jogo ,mas tenho certeza que vai dar tudo certo e que ela como toda a equipe possa fazer um bom ano.

 Como vê o calendário das competições, principalmente, o das de base?

O sub 17 começa em março com 11 equipes, o calendário é tranquilo, temos as paradas devido as atletas servirem as seleções ,mas no geral é bom, turno, returno e play-off.
Já o sub 19 esse ano minha equipe terá apenas 4 jogadoras da categoria, as demais serão as sub 17 que completarão a equipe .Só terá inicio em Agosto devido ao Mundial da categoria ,pois a maioria das jogadoras acreditamos que estarão na seleção permanente.

 

 Fale de um (ou mais) fato inusitado acontecido com você, durante sua vida de jogadora?

Nossa Marcos tem muitos hein rsrsrsr,ja esquecemos técnico no ginásio, hahahaha e só lembramos quando o ônibus estava chegando no Hotel, já houve jogadora esquecida na churrascaria apos o jogo, já esqueci de colocar o shorts  de jogo por baixo do agasalho ,no Mundial de 1994.  O Valdir Pagan comprou uma tinta e pintou os tênis das jogadoras de preto um dia antes do jogo porque haviam dito que todas deveriam jogar com tênis da mesma cor, resultado foi que quando começamos a transpirar virou uma meleca hahahahah e por ai vai .....

 

COMPETIÇÃO DE TRÊS  PONTOS

 Uma cidade – Montpellier França)

 

Um país  - Brasil

 

 Prato preferido - Adoro Doces

 

Um sonho realizado - Ser mãe.

Um sonho a realizar - Tenho vários sou sonhadora

 

Um ídolo no basquete - Jordan, tive a honra de ver jogar de pertinho não tem igual.

 

Um homem bonito - Ahh maridão Virgil.

 

Imprensa - Necessária, sempre tive bom relacionamento com a imprensa.

 

Um livro - Estou lendo "Não conte a ninguém”, de Harlan Coben, mas gosto também de Danielle Steel.

 

Um filme  - A procura da felicidade

 

Amor - Meu amor incondicional pela Luiza minha filha.

 

Amizade - o que seriamos sem os amigos

 

Deus  - essencial na minha vida .

 

Seleção brasileira - Tenho o maior orgulho de ter vestido a camisa do meu país por 12 anos, servir minha pátria não tem preço.

 

 

O que você mais gosta - De estar sempre perto da minha princesa

 

O que mais detesta  - Quando estou longe de casa e minha filha chora pedindo para que eu volte logo.

 

A cesta mais certeira de sua vida - Ter aceitado jogar na França, e construído  uma linda família.

 

Adriana, quero que deixe uma mensagem para meus leitores

 

     Gostaria de deixar um grande abraço para todos os leitores do Chuá, em especial ao Marcos, já te disse e repito você será sempre bem vindo aqui em Americana,  é de pessoas como você um apaixonado pela nossa modalidade que vale sempre a pena lutar para que o basquete continue sempre vivo, e no mais alto do pódio.

Obrigado de verdade pelo carinho que você tem com o basquete.

 

Abs Adriana Santos Lopez 

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