ENTREVISTAS

KELLY MÜLLER, DO EDREMIT, DA TURQUIA, DO ITUANO, DA SELEÇÃO BRASILEIRA E DAS PASSARELAS DO GLAMOUR, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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Quatro olimpíadas, 6 mundiais, 21 convocações pela seleção brasileira,26 anos de carreira,e quase 20 jogando no exterior, representado clubes de 9 países diferentes. E Modelo Fotográfica nas horas vagas

Charme, beleza, elegância, distinção são alguns dos predicativos para falar um pouco sobre a Kelly Muller. Miss simpatia, miss carisma assediada pela famosa revista VOGUE BRASIL, mas o basquete está em primeiro plano.

Um  currículo que pouquíssimas atletas possuem: entre outros, 4 olimpíadas, 6 mundiais, 21 convocações pela seleção brasileira,26 anos de carreira, dos quais, quase 20 jogando no exterior. Hoje Kelly atua no EDREMIT da Turquia e assim que terminar o campeonato turco, ela estará reforçando a equipe de Itu.

             Com seus compromissos com o basquete e também se preparando para sua carreira de Modelo, gentilmente ela ainda arrumou um tempo para falar comigo e responder minhas perguntas. Acompanhe esta fantástica entrevista com uma fascinante mulher: Kelly Santos Müller.

Kelly gostaria que você falasse um pouco de sua carreira, desde quando começou até chegar hoje, com esse currículo invejável, jogando na Turquia e pronta para jogar mais uma LBF

Meu currículo invejável foi montado em muito suor e sacrifícios. Eu iniciei minha carreira as 13 anos com uma indicação do meu Médico Dr Eduardo Gomes de Azevedo e a Rainha Hortência que jogava no Leite Moça Sorocaba. Dr. Eduardo foi um profeta quando me viu e disse “ A seleção brasileira precisa de meninas altas como você Kelly “. Aquelas palavras encherem meu coração de esperança.

 Quem foi sua inspiração para que a tornasse jogadora de  basquete?

O alto nível de competição do basquete brasileiro naquela época era tão alto que contratávamos as melhores estrangeiras do mundo e era o país que melhor remunerava suas atletas na época, eu me vi aos 13 anos no ginásio Ibirapuera em super lotação assistindo a disputadíssima final entre Leite Moça e Ponte Preta, ali eu decidi que eu tinha que me tornar uma atleta profissional

 Como você vê o atual momento do nosso Basquete Feminino?

 Hoje temos grandes talentos na seleção brasileira, mas ainda somos carentes de um melhor planejamento de amistosos para se criar uma harmonia e entrosamento entre as atletas, e trazendo experiência não só para atletas, mas também para os integrantes da comissão técnica. Quanto ao campeonato local podemos observar na LBF e Paulista que estamos em crescimento

 O que mais diferencia do nosso feminino, comparado com  o americano  e o europeu?

 O alto nível de competição que deve ser buscado com amistosos como comentei, aqui a cada semana se tem esse jogo pelos campeonatos entre países europeus, quando aos Estados Unidos sabemos que o investimento e estrutura oferecida aos atletas é algo que o governo brasileiro ainda não consegue nos proporcionar.

  Qual foi sua partida inesquecível?

 Eu tinha apenas 2 anos de basquete e representava a Ponte Preta, no ano seguinte a nova regra sugeria 6 atletas de 15 anos e mais 6 atletas de 16 anos para compor a categoria Infanto-juvenil, eu tinha certeza que estaria fora no próximo ano pois na minha categoria eu era a 12ª jogadora, mas meu sonho me impulsionava a fazer treinos fora de hora, aquilo chamou a atenção do meu treinador Paulo Bassul, que me colocou em uma semifinal disputadíssima contra Santo André com apenas 5 minutos de jogo, naquele jogo eu fiz 35 pontos onde pulei da 12ª jogadora para compor as 6 possíveis atletas para o ano seguinte que foi composto pela vitoriosa MICROCAMP dirigida por Antonio Carlos Barbosa que me deu a primeira oportunidade no profissional. A situação me fortaleceu e me fez entender que o basquete na minha vida era de fato PLANO DE DEUS, até hoje me emociono ao lembrar e entender que meus sonhos também eram os SONHOS DE DEUS

 O basquete já deixou você triste alguma vez?

Eu costumo dizer que ainda não atingi a maturidade na derrota, a cada jogo perdido sou invadida por uma tristeza inexplicável, uma sensação de injustiça em relação a minha guerreira personalidade, mas logo entendo que as derrotas são necessárias para polir as minhas deficiências como atleta e do meu comportamento de invencível, e se cria ainda uma busca para a próxima vitória, esse ciclo de dor e busca me faz recuperar a maturidade perdida por algumas horas, a busca me faz uma atleta e ser humano melhor. Talvez eu me tornasse um ser humano insuportável sem entender esse necessário ciclo.

 Fale de um fato inusitado acontecido com você, durante sua vida de jogadora?

 Na WNBA a cultura em equipe é única, antes da viagem recebemos um envelope com dinheiro para alimentação e só nos reencontramos no ônibus para seguir aos treinos e jogos, pois bem... Era eu chegando a Los Angeles e com saudades do meu povo brasileiro indo direto do aeroporto para rever amigos, fiz isso uma única vez e com a autorização do meu treinador e voltei ao hotel em poucas horas, pois tínhamos à tarde livre. Chegando ao hotel fui muito bem recebida e com muitas cortesias merecidas a um atleta de basquete que é um dos esportes favoritos nos Estados Unidos, acordei no dia seguinte naquele hotel 5 estrelas maravilhoso e fui em busca das minhas companheiras pois já se aproximava o horário do treino, eu não encontrei ninguém, eu havia me hospedado no hotel da viagem anterior, naquela ocasião meu time não estava naquele hotel, liguei pra minha manager e segui para o hotel correto chegando a tempo para a saída do ônibus para o treino. Ficou a lição de sempre fazer amigos em equipe e 500 dólares a menos na minha conta bancária e a sorte da compreensão e carinho de toda equipe, pois no programa de viagem citava-se o hotel da viagem anterior.

 

 Como é jogar na Turquia? A organização, a torcida, os costumes?

 Cheguei à Turquia pela primeira vez para jogar no Besiktas a 10 anos atrás, como sou curiosa e amo novas culturas me encantei com o fato de aprender sobre uma cultura completamente diferente de tudo que já havia vivido, aqui tudo é voltado a religião muçulmana e aprendi a entender e respeitar essa gente tão rara que apesar de tudo estão sempre prontos a ajudar com prestabilidade tal que enquanto você só pedi um pequeno favor eles já fizeram tantas perguntas invasivas que se conseguir olhar com bons olhos eles não. São curiosos, “eles só querem te proteger” rsrsrs... Todos são extremamente passionais e supersticiosos, a torcida é fanática ao ponto de chega a nos seguir pela cidade, a comida é bem saudável, mas não consigo comer a forte carne de ovelha todos os dias. Mas a obsessão dos turcos em tudo favorece a alta qualidade na estrutura para os atletas, apesar das cobranças constantes para um rendimento em excelência somos tratados como deuses, isso me faz buscar uma superação constante psicológica e de alto rendimento em quadra, os desafios são diários, pois jogo atualmente em uma equipe muito jovem e atlética, além disso, os confrontos com as pivôs norte americanas são de arrepiar. Eu tenho tirado muito proveito de toda essa nova oportunidade em um basquete de tão alto nível

 Como são seus momentos livres? O que mais curte?

 Como levo comigo uma lição que citei em resposta anterior, procuro estar sempre com minhas companheiras de equipe, juntas vamos ao cinema, ficamos horas em jantares e também fazemos o exagerado e farto café da manhã turco, atualmente estou aprendendo como jogar 101 que é o passa tempo favorito delas. Moro em um hotel thermal no charmoso porto “Güre” e amo ficar horas sentada admirando o mar Sahil, onde do outro lado fica a Grécia, além disso tento viajar pela bela Turquia e até outros países nos meus raros fins de semanas de folga, no último fim de semana estive em Londres e Oxford na Inglaterra e na minha próxima folga planejo voltar a minha favorita cidade “Istambul”

Kelly, você uma mulher linda, maravilhosa, e naturalmente, com proposta para ser Modelo, fale um pouco sua vida fora das quadras.

A história de Modelo começou por causa de Max Weber ele é um renomado maquiador de famosos e me convidou para um teste para pousar em sua coluna na VOGUE Brasil Magazine:  EU PASSEI NO TESTE e farei as fotos para revista em breve

Eu já recebi outros convites como modelo, mas hoje ainda priorizo a vida de atleta, não é charme nem querendo dar uma de caxias do esporte, a verdade é que minha agenda atleta não bate nunca com as ofertas de trabalho de modelo, e priorizo o basquete ainda, pra mim as coisas têm que ser natural.  Max Weber me convidou para ir ao Rio no carnaval assim faria novos contatos para minha vida de modelo pós-basquete, mas estou na Turquia, ser modelo não é a prioridade na minha vida, mas se acontecer e eu tiver disponibilidade farei sim.

A LBF já começou e você tem um compromisso com o Ituano, quando volta ao nosso basquete?

Meu contrato na Turquia termina em 4 semanas, as pessoas estranharam minha rápida vinda a Turquia mas a diretoria do Ituano foram meus maiores motivadores para aceitar esse desafio, a mentalidade deles é diferente, no futebol é normal as negociações de empréstimos e vendas de jogadores para outros países, eles entenderam que seria um desafio de alto nível e só acrescentaria no meu desenvolvimento como atleta mas ficou aí um acerto verbal sobre minha volta ao ituano, minha volta é da minha vontade e também tenho a aprovação da comissão técnica do Ituano, assim que acabar aqui na Turquia renegocio minha volta ao Ituano, uma coisa simples e pratica

Kelly, quero agradecer sua amável atenção e carinho por dedicar um pouco de seu valioso tempo e conceder esta entrevista para meu site. De seu fã de longa data, desejo sucessos sempre com muita saúde, paz e amor.

Fotos – arquivo pessoal de Kelly Muller

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