ENTREVISTAS

Basquetebol Brasileiro na U.T.I.Opinião.

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Texto escrito em setembro de 2015, pelo professor Wlater Carvalho*, radicado nos Estados Unidos

O Basquetebol brasileiro esta na UTI após o desastroso desempenho na Copa América. O nosso “grande jogo” está doente sofrendo de uma instabilidade técnica e tatica com potentical de gravidade. Os problemas são inúmeros e abrange varios setores desde o adminstrativo ao técnico-tático.

Somos um país com uma população de +200 milhões. Jornalistas, blogistas, técnicos e amantes do esporte estão cobrando e não tem como justificar as derrotas para paises que juntos não chegam a 17 milhões.

Eu analiso a situação da seguinte forma; um país de 200 milhões com a tradição que possui no basquetebol não pode ter um tecnico estrangeiro. Isto é assinar em baixo que o Brasil não possui tecnicos capazes para dirigir o nosso selecionado principal. Porem se nos não temos técnicos com capacidade, como e que estes “técnicos locais” terão capacidade para formar a base e os jogadores que irão compor as seleções e gerações futuras de basqueteiros de alto-nível em nosso país?

Não quero entrar no mérito sobre ou, até o momento, “incriticavel” Magnano. Pois o seu retrospecto, frente à seleção Argentina, merece ser respeitado. Sei muito sobre o trabalho da seleção Argentina que ganhou a Olimpiada, pois tive a oportunidade de trabalhar por dois anos com o assistente do Magnano, o Guillermo Vecchio. Durante este periodo conversamos muito sobre o Magnano e o trabalho fisico e técnico da seleção Argentina.

Quero falar sobre a qualidade do basquetebol praticado pelo nosso selecionado dirigido pelo Magnano em competições internacionais. Pois, se vocês nao sabem disso, nos que militamos no basquetebol internacional sofremos com cada derrota do selecionado brasileiro. Sofremos mais ainda com o fato do nosso país ter um técnico estrangeiro.

A cada derrota para um selecionado como o do Uruguai, Panamá, etc. nos, técnicos brasileiros, caimos no conceito e respeito mundial e voltamos a ser “somente” o pais do futebol, hoje em dia não tão forte quanto outrora depois dos 7 a 1 da Alemanha na Copa do Mundo. Acredito que o futebol também precisa ser admitido na UTI, Mas vamos deixar o futebol de lado e falar do que interessa,  o Basquetebol.

E inadimissível assistir jogos do Brasil, não importando o adversário, e ver a equipe jogando da mesma forma, ou seja, marcando individual ou por zona e alternando muito pouco a pegada defensiva durante o jogo. O Brasil jogou contra a Argentina, Uruguai, Panamá, Canadá, etc, da mesma forma. Em alguns jogos, devido à padronização dos sistemas ofensivos, as movimentacoes de ataque do Brasil eram iguais as de alguns de nossos adversários.

Durante o jogo do México, assistimos a equipe do Brasil deixar o Ayon ganhar o jogo praticamente que sozinho. Sempre marcando o talentoso pivô por trás ou sem nenhum ajuste defensivo, uma possivel dobra, etc.

Quando eu li que o Brasil não iria participar da Copa América com a equipe principal, eu escrevi que eu era contra esta decisão, pois a repercussão de uma derrota seria bem maior do que os beneficios técnicos-táticos. Acredito que competição oficial Internacional da FIBA nao pode ser usada para teste e para dar experiência a jogadores novos. Temos que participar com a nossa força máxima – pois o bom desempenho durante estas competições afetam o esporte a nivel nacional e internacional, facilita a obtenção de marketing e patrocinadores como também ajuda na promoção das ligas e competições a nivel nacional. Resumindo, a performance do Brasil durante a Copa América prestou um desserviço para o esporte. Especialmente para o feminino onde o problema ainda e mais serio!

No lado positivo, devido as derrotas, voltamos a falar sobre trabalho de base, escola de técnicos, etc. Porém nesta análise e estudo precisamos incluir pessoas com capacidade e “KM rodados” para tal. Rapazes com potencial tem que aprender com técnicos mais velhos e mais experientes. O maior exemplo é o de Phil Jakson com o Tex Winter. Infelizmente no Brasil pessoas com capacidade e milhagem rodada e que poderiam agregar valor na elaboração de um projeto visando a massimificação do esporte em sua base, por não fazerem parte do “grupo”, não tem nenhuma oportunidade.

O Brasil está prestes a disputar uma Olimpiada no Rio de Janeiro. Sinceramente, não quero que o país e o nosso esporte sejam humilhados em sua casa como foi a seleção de futebol. Quero uma equipe forte, vibrante, jogando um basquetebol brasileiro, solto com fluencia continua de bola e homen, incluindo defesa agressiva e contra-ataque e utilizando os arremessos de três de uma forma equilibrada.

Caso o Magnano continue, este precisa reavaliar os seus metodos de treinamentos e filosofia de jogo e adequa-los as caracteristicas individuais dos jogadores que integram a equipe como também a dos nossos adversários, pois nenhuma das seleções que participarão da Olimpiada são desconhecidas da comissão técnica.

No mais – desejo ao esporte da bola laranja – uma boa sorte e um futuro mais promissor!

Walter Carvalho*

Professional Basketball Coach

Estudou na instituição de ensino University of Alabama at Birmingham

Estudou na instituição de ensino The College at Brockport, State University of New York

Estudou na instituição de ensino College of Boca Raton

Frequentou Escola Americana do Rio de Janeiro

 

Mora em Birmingham (Alabama) Estados Unidos

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