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11/05/2016

MEMÓRIA OLÍMPICA: WLAMIR MARQUES

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Rio de Janeiro, RJ – Considerado um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos, o paulista Wlamir Marques defendeu a Seleção Brasileira por 16 anos e em quatro edições dos Jogos Olímpicos: Melbourne (Austrália/1956), Roma (Itália/1960), Tóquio (Japão/1964) e Cidade do México (México/1968). O ex-jogador assinalou 537 pontos em 33 partidas olímpicas, conquistou duas medalhas de bronze, em Roma e Tóquio, e junto com sua geração de craques foi fundamental para colocar o Brasil no topo do cenário mundial.

“O maior orgulho da minha vida é ter representado o país em quatro Olimpíadas. Isso é para poucos, é uma grande oportunidade na vida. A cada quatro anos, a expectativa é indescritível porque os Jogos proporcionam uma aura tão brilhante que por meses olham para você como um ser supremo. É um privilégio, sem medida, palavra ou tradução. Enquanto o velocista leva 10s de participação, minhas participações pareciam não terminar, entre festejos da vitória e lamentos de derrotas”, lembra Wlamir.

Nos Jogos de Roma, a seleção brasileira chegou ostentando o título mundial de 1959 conquistado no Chile. Ganhou na fase preliminar de Porto Rico (75 a 72); da então União Soviética (58 a 54); do México (80 a 72 na prorrogação, depois de 61 a 61 no tempo normal). Na segunda fase os confrontos foram contra Itália (78 a 75, depois de 70 a 70 no tempo normal); Polônia (77 a 68); e a antiga Tchecoslováquia (85 a 78). Veio a fase final. O Brasil perdeu para os soviéticos (64 a 62) e para os americanos (90 a 63) e terminou com o bronze.

"Lembro bem como a arbitragem tirou a medalha de prata do Brasil. Faltavam alguns segundos para terminar a partida contra a União Soviética> O placar marcava 62 a 62 e a lateral era nossa. Rapidamente o Amaury passou a bola para mim e eu ia fazer a bandeja, quando ouvi um dos árbitros apitar dizendo que a lateral era dos soviéticos. Uma decisão absurda da arbitragem. Foi assim que perdemos a chance de chegar à final. Seria bem difícil vencer os Estados Unidos, mas poderíamos ter conquistado a prata, o que seria um resultado bem melhor”, relembrou o ex-ala Wlamir.

Quatro anos depois em Tóquio, os brasileiros, que tinham assegurado o bicampeonato mundial um ano antes no Rio de Janeiro, foram surpreendidos na estreia pelo Peru (58 a 50), mas depois superaram a Iugoslávia (68 a 64); Coréia do Sul (92 a 65); Finlândia (61 a 54); Uruguai (80 a 68). Ainda na primeira fase, uma derrota para os Estados Unidos (86 a 53) e uma vitória sobre a Austrália (69 a 57). Na fase semifinal, o Brasil foi superado pela União Soviética (53 a 47) e assegurou o bronze ao ganhar de Porto Rico (76 a 60).

"Aquela foi a primeira seleção sobre o comando de Renato Brito Cunha, que nos anos anteriores havia sido o assistente do Kanela (Togo Renan Soares). Ele fez um belo trabalho. Os soviéticos tinham um gigante Yan Krumins que não era o melhor jogador dos soviéticos, mas com seus 2,18m acabou pesando. Não tínhamos jogadores tão altos. Os nossos maiores eram Edson Bispo (1,98m) e Antonio Sucar (2,02m) e no final da partida os dois não estavam em quadra com o número de faltas estouradas. Os Estados Unidos eram a força máxima e a equipe foi toda aproveitada para disputar a NBA. Vencemos Porto Rico com uma vantagem de 16 pontos (76 a 60) e levamos a medalha de bronze”, destaca o cestinha brasileiro em Tóquio, com 128 pontos em nove jogos.

Mas foi em Tóquio, há 52 anos, que Wlamir Marques viveu sua maior emoção ao ser o porta-bandeira brasileiro na cerimônia de abertura.

“Carregar a bandeira do Brasil na abertura dos Jogos traz um orgulho que nenhum dicionário pode definir, afinal, você está representando toda uma nação. Posso garantir que foi a maior emoção que pude sentir, maior até do que subir ao pódio para receber a medalha. Ser o porta-bandeira foi uma honra pessoal. Uma honraria que me emocionou pelo desfile, pelo treinamento do desfile e por estar à frente de toda a delegação carregando a bandeira brasileira ”, finaliza.

16º JOGOS OLÍMPICOS 
Local: Melbourne – Austrália 
Data: 22 de novembro a 1 de dezembro de 1956 

Delegação do Brasil 
Amaury Antonio Pasos (24pts / 6 jogos), Angelo Bonfietti "Angelim" (71pts / 7j), Edson Bispo dos Santos (76pts / 7j), Fausto Sucena Rasga Filho (16pts / 6j), Jamil Gedeão (31pts / 7j), Jorge Carlos Dortas Olivieri (63pts / 7j), José Luiz Santos Azevedo "Zé Luiz" (4pts / 1j), Mayr Facci (10pts / 5j), Nelson Couto e Silva Marques Lisboa (8pts / 5j), Wilson Bombarda (2pts / 2j), Wlamir Marques (120pts / 7j) e Zenny de Azevedo "Algodão" (75pts / 7j). Técnico: Mário Amândio Duarte. 

Campanha do Brasil 
Brasil 78 x 59 Chile / Brasil 89 x 66 Austrália / Brasil 68 x 87 União Soviética / Brasil 51 x 113 Estados Unidos / Brasil 73 x 82 Bulgária / Brasil 89 x 64 Chile / Brasil 52 x 64 Bulgária 

Classificação final 
1º- Estados Unidos; 2º- União Soviética; 3º- Uruguai; 4º- França; 5º- Bulgária; 6º- Brasil; 7º- Filipinas; 8º- Chile; 9º- Canadá; 10º- Japão; 11º- Formosa; 12º- Austrália; 13º- Singapura; 14º- Coréia; 15º- Tailândia.


17º JOGOS OLÍMPICOS 
Local: Roma – Itália 
Data: 26 de agosto a 10 de setembro de 1960 

Delegação do Brasil 
Amaury Antonio Pasos (145pts / 8 jogos), Antonio Salvador Sucar (46pts / 7j), Carlos Domingos Massoni "Mosquito" (20pts / 5j), Carmo de Souza "Rosa Branca" (38pts / 8j), Edson Bispo dos Santos (83pts / 8j), Fernando Pereira de Freitas "Fernando Brobró" (NJ / NJ), Jatyr Eduardo Schall (12pts / 4j), Moysés Blás (2pts / 3j), Waldemar Blatskauskas (61pts / 7j), Waldyr Geraldo Boccardo (2pts / 2j), Wlamir Marques (147pts / 8j) e Zenny de Azevedo "Algodão" (22pts / 4j). Técnico: Togo Renan Soares "Kanela". 

Campanha do Brasil 
Brasil 75 x 72 Porto Rico / Brasil 58 x 54 União Soviética / Brasil 80 x 72 México (61 x 61 no tempo normal) / Brasil 78 x 75 Itália (70 x 70 no tempo normal) / Brasil 77 x 68 Polônia / Brasil 85 x 78 Tchecoslováquia / Brasil 62 x 64 União Soviética / Brasil 63 x 90 Estados Unidos 

Classificação final 
1º- Estados Unidos; 2º- União Soviética; 3º- Brasil; 4º- Itália; 5º- Tchecoslováquia; 6º- Iugoslávia; 7º- Polônia; 8º- Uruguai; 9º- Hungria; 10º- França; 11º- Filipinas; 12º- México; 13º- Porto Rico; 14º- Espanha; 15º- Japão; 16º- Bulgária. 


18º JOGOS OLÍMPICOS 
Local: Tóquio – Japão 
Data: 11 a 23 de outubro de 1964

Delegação do Brasil
Amaury Antonio Pasos (94pts / 9 jogos), Antonio Salvador Sucar (37pts / 9j), Carlos Domingos Massoni "Mosquito" (39pts / 9j), Carmo de Souza "Rosa Branca" (51pts / 8j), Edson Bispo dos Santos (33pts / 9j), Friedrich Wilhelm Braun "Fritz" (11pts / 5j), Jatyr Eduardo Schall (35pts / 8j), José Edvar Simões (16pts / 4j), Sérgio Toledo Machado "Sérgio Macarrão" (8pts / 6j), Ubiratan Pereira Maciel (87pts / 9j), Vitor Mirshauswka (56pts / 9j) e Wlamir Marques (128pts / 9j). Técnico: Renato Brito Cunha. 

Campanha do Brasil 
Brasil 50 x 58 Peru / Brasil 68 x 64 Iugoslávia / Brasil 92 x 65 Coréia do Sul / Brasil 61 x 54 Finlândia / Brasil 80 x 68 Uruguai / Brasil 53 x 86 Estados Unidos / Brasil 69 x 57 Austrália / Brasil 47 x 53 União Soviética / Brasil 76 x 60 Porto Rico 

Classificação final 
1º- Estados Unidos; 2º- União Soviética; 3º- Brasil; 4º- Porto Rico; 5º- Itália; 6º- Polônia; 7º- Iugoslávia; 8º- Uruguai; 9º- Austrália; 10º- Japão; 11º- Finlândia; 12º- México; 13º- Hungria; 14º- Canadá; 15º- Peru; 16º- Coréia do Sul.


19º JOGOS OLÍMPICOS 
Local: Cidade do México – México 
Data: 13 a 25 de outubro de 1968

Delegação do Brasil 
Antonio Salvador Sucar (21pts / 9 jogos), Carlos Domingos Massoni "Mosquito" (50pts / 9j), Carmo de Souza "Rosa Branca" (57pts / 9j), Celso Luiz Scarpini (17pts / 6j), Hélio Rubens Garcia (23pts / 7j), José Aparecido dos Santos (13pts / 4j), José Edvar Simões (69pts / 8j), José Geraldo de Castro "Zé Geraldo" (3pts / 4j), Luis Cláudio Menon (120pts / 9j), Sérgio Toledo Machado "Sérgio Macarrão" (29pts / 8j), Ubiratan Pereira Maciel (133pts / 9j) e Wlamir Marques (142pts / 9j). Técnico: Renato Brito Cunha. 

Campanha do Brasil 
Brasil 98 x 52 Marrocos / Brasil 75 x 59 Bulgária / Brasil 60 x 53 México / Brasil 88 x 51 Polônia / Brasil 91 x 59 Coréia do Sul / Brasil 84 x 68 Cuba / Brasil 65 x 76 União Soviética / Brasil 63 x 75 Estados Unidos / Brasil 53 x 70 União Soviética 

Classificação final 
1º- Estados Unidos; 2º- Iugoslávia; 3º- União Soviética; 4º- Brasil; 5º- México; 6º- Polônia; 7º- Espanha; 8º- Itália; 9º- Porto Rico; 10º- Bulgária; 11º- Cuba; 12º- Panamá; 13º- Filipinas; 14º- Coréia do Sul; 15º- Senegal; 16º- Marrocos.

Fonte: CBB

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