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29/11/2014

Instituto Giannecchini faz do esporte um meio de inclusão

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No basquete, “assistência” é um passe bem dado que antecede uma cesta. A palavra também significa apoiar e ajudar ao próximo. Foi com base nesses conceitos que nasceu o projeto Basquete: Assistência pra Vida, criado pelo Instituto Fausto Giannecchini. A iniciativa de levar esporte e educação para escolas estaduais começou em Franca e, há cerca de dois meses, expandiu para a grande São Paulo. A proposta é realizar a inclusão social levando aulas de basquete para crianças de baixa renda com idades entre 11 e 17 anos. 

 

Fausto Giannecchini idealizou o projeto em 2010 e hoje atende cerca de 500 crianças em Franca e 300 em quatro cidades da região metropolitana de São Paulo. Até o final do ano, a expectativa é expandir o projeto e atingir um total de mil crianças beneficiadas. As cidades paulistas que receberam o projeto são: Cotia, Araçariguama, São Roque e Itapevi. Em Franca, a iniciativa foi levada para as Escolas “Evaristo Fabrício”, “Antônio Fachada”, “Israel Niceus Moreira” e “Ângelo Gosuen”. 

 

A relação de Fausto Giannecchini com o basquete é antiga. Ele jogou essa modalidade esportiva por 25 anos e durante 12 defendeu a Seleção Brasileira, ele também é professor e empresário. A ideia de se criar um projeto gratuito para diminuir a desigualdade social nasceu quando o jogador tinha uma escolinha de basquete no Clube dos Bagres. Os próprios alunos incentivaram essa ação. “Quando criei o instituto, decidi atender a classe menos privilegiada que não tem acesso aos clubes. Os talentos estão na periferia, nas escolas. As aulas de educação física são muito precárias pela falta de material ou de profissionais, então as ONGs atuam para fazer um trabalho diferenciado”, afirma Fausto.

 

As escolas participantes são definidas pela Diretoria de Ensino, então o Instituto faz a divulgação e distribui fichas de inscrição nas unidades. Os jogos acontecem no contraturno das aulas e envolvem oito horas semanais, divididas em até três dias da semana.

 

Recursos

Além de Fausto, cerca de dez pessoas participaram da fundação do instituto. Atualmente, 30 integrantes, entre professores, estagiários e contadores, contribuem para que o projeto funcione. Além do trabalho prático, Fausto ressalta que a manutenção da ONG requer planejamentos e estudos para elaboração de projetos para captação de recursos. “Começamos aqui, depois partimos para a região de Olímpia e região onde tivemos mais de mil alunos. Mas acabamos encerrando os trabalhos pela falta de verba. Olímpia é minha terra natal, comecei jogando lá. Na minha casa, meu pai e meus irmãos eram jogadores também. Considerando isso quis levar o projeto para lá também”, conta Fausto.

 

O instituto é mantido por meio de parcerias com empresas que patrocinam o projeto de basquete. Os recursos vêm por meio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte. A lei permite que as empresas destinem recursos a projetos esportivos por meio da renúncia de 0,01 a 3% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) desde que sejam credenciados pela Secretaria Estadual de Esporte.

 

As estrelas 

“Apesar do nosso trabalho, as estrelas do projeto são as crianças”, afirma orgulhoso Fausto Giannecchini. Durante uma das aulas do projeto na Escola Estadual “Evaristo Fabrício”, no Jardim Aeroporto, não havia lugar para desânimo. Alunos participantes do projeto Assistência pra Vida jogavam na quadra da escola, enquanto outros treinavam do lado de fora, ansiosos para entrar na partida. Com o olhar de menino esperto, Jean Carlos, de 13 anos, não hesitou na hora de elogiar o projeto. “Gosto muito, não jogava basquete antes. Na escola eu tirava só nota ruim, aí como falava que tinha que tirar nota boa, fui melhorando, com ajuda dessas aulas”, conta o garoto. 

 

A trajetória positiva de estudo e dedicação ao esporte representa um alívio para a mãe de Vitória que batalha para criar bem os filhos. “Tenho cinco irmãos, uma das minhas irmãs é especial e frequenta a Apae. Minha mãe fala que eu sou a mais estudiosa lá de casa, porque minha outra irmã mais velha fugiu de casa e teve problemas com drogas, então ela fica feliz com meu comportamento.” 

 

As aulas também são uma oportunidade de reforçar as amizades e aprender sobre o trabalho em equipe. “Os amigos são tudo de bom para mim, a gente fica tudo junto conversando aqui”, conta Amanda Vieira Rossato, 11 anos, que se apaixonou pelo basquete depois que entrou no projeto.

 

A forte identificação dos alunos com o iniciativa faz com que alguns apareçam para jogar mesmo depois de terem saído da escola. Norton Moraes, 18, trabalha em um restaurante e numa empresa de toldos, mas sempre que tem um tempo aparece para matar a saudade. “Já parei de estudar, mas continuo vindo porque o projeto é muito bom. Aprendi bastante, melhorei no esporte e estudava direito porque não podia faltar da escola e ter más notas para poder continuar no basquete”,  disse ele.

 

Os participantes são beneficiados com uniforme composto por camiseta, calção, tênis e meia, além de frutas todos os dias de atividades. Para a escola são fornecidos bambolês, cones, bolas, colchonetes e material de primeiros socorros. Em contrapartida, a escola precisa oferecer a quadra, um almoxarifado e uma cozinha para armazenar as frutas. 

Fonte: Jornal Comercio da Franca

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