YES, TEMOS ARMADORA; NÃO TEMOS APOIO - OPINIÃO
SIM TEMOS ARMADORA; NÃO TEMOS APOIO
Nos últimos anos, nosso basquete com títulos mundiais e medalhas olímpicas, tanto no masculino e no feminino, foi gradativamente se afastando do ponto mais alto dos pódios internacionais, chegando até mesmo, ficando fora deles. Isso constituiu num problema e a cada vez mais difícil de resolver e o basquete foi perdendo seu espaço...aqui mesmo.
Nossos dirigentes, governantes, educadores todos unidos procurando uma fórmula para ver nosso esporte se destacando novamente e a grande massa torcedora assistia a tudo, mas a cada vez menos seu esporte preferido foi perdendo espaço para outras modalidades. Nossos jovens atletas, nossas crianças já não encontravam como praticá-lo com tanta freqüência ou quase de forma nenhuma.
E assim se passaram muitos anos até que surgiu a idéia de trazer um treinador estrangeiro para dirigir nossas seleções principais. Entendo que esse treinador não pode ser apenas um treinador de grande currículo internacional; ele tem que estar acima da média. A nossa modalidade masculina encontrou essa raridade que veio trazendo não só sua medalha olímpica, mas muito mais que isso, todo seu trabalho voltado para as categorias de base, tanto que preferiu morar longe do eixo Rio-São Paulo, procurou o interior mineiro, São Sebastião do Paraíso, onde ele encontraria mais vezes com as categorias menores, que fazem temporadas nessa cidade.
E o nosso feminino? Como sempre, parece que não recebeu o mesmo tratamento ou talvez, não tenha encontrado o mesmo caminho, ou melhor, o técnico esperado. O caminho foi o mesmo, veio o primeiro. Só que era para treinar as equipes de base, onde tem experiência; veio o segundo, o terceiro, o Tarallo. Bom e competente Tarallo, um estudioso e conhecedor do nosso basquete feminino.
Este moço merece todo nosso crédito para dirigir nossa seleção e se ele não tem a experiência de muitos comandantes do mais alto cargo de uma seleção, mas tem sua competência e conhecimento do nosso basquete desde sua base até chegar hoje na seleção adulta. Uma vida inteira dedicada a esta modalidade que como dizem muitas pessoas com experiências de longas datas de acompanhamento desta nossa modalidade preferida, definem o feminino de “primo pobre”.
Nossa seleção feminina vai a mais uma Olimpíada e não leva a mesma esperança que a masculina leva, quanto a uma boa classificação. Mesmo que a meta principal seja para 2016, nos Jogos Olímpicos em casa, com a obrigação de fazer bonito, nossa seleção poderá surpreender lá em Londres.
Em circulação nos noticiários, que nossa seleção feminina, na sua organização para 2016, pretende naturalizar uma armadora para suprir a deficiência nesse setor. No masculino, o Larry Taylor, do Bauru, vive aqui ao longo de vários anos defendendo o dia a dia do nosso basquete, ele se identifica com o nosso país do basquete, ele se naturalizando brasileiro é um prêmio por sua dedicação de serviços prestados aqui. Na verdade, o Larry já é brasileiro e faz muito tempo
Agora, há quatro anos ou talvez menos (quando isso acontecer) para começar uma Olimpíada aqui, pensar em procurar uma jogadora, fazer sua naturalização como manda a lei, e depois vem para disputar a competição mundial máxima.
É muito prático, ás vésperas de uma grande competição contratar atletas que podem decidir e depois são dispensados e volta tudo ao normal, ou melhor, como era antes. Quem faz isso será que se preocupa com as bases? Infelizmente, vemos muito isso no nosso basquete, quando surge uma equipe, outra desaparece e por aí vai nosso basquete.
Pensar que nossa seleção principal tem um projeto semelhante é triste. Será que com o anuncio da Adrianinha joga sua última Olimpíada agora, motivou nossos dirigentes a fazer este planejamento?
Com Adrianinha ou sem ela no futuro, deveríamos ter uma política de desenvolvimento do basquete de base, também no feminino. Nosso país é conhecido internacionalmente como campeão mundial de cobrança de impostos e nossos governantes poderiam muito bem investir mais na política de educação com total apoio no esporte.
. No futuro não tão distante, poderemos ter jogadoras estrangeiras atuando aqui, procurando vir jogar no Brasil e até mesmo, alguma delas, sonhar em naturalizar brasileira para jogar e viver aqui.
Enquanto isso, vamos disputar mais uma edição dos Jogos Olímpicos e nas próximas edições, poderemos dizer para todo mundo e que YES, temos armadora, ala, pivô, técnico, banco e tudo o que o basquete precisar e uma total organização de apoio as bases do basquete que o adulto agradecerá.
Obs: Na foto é a vista de minha cidade São Tomás de Aquino - MG