ENTREVISTAS

GERALDO RODRIGUES DA SILVA E O INÍCIO DO BASQUETE EM PARAÍSO

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GERALDO RODRIGUES DA SILVA

            Dias desses, em São Sebastião do Paraíso, fui recebido pelo Sr. Geraldo, 84 anos,  e pude apreciar sua narrativa sobre o surgimento do basquete nessa cidade mineira. Confesso que fiquei maravilhado com sua impressionante memória, se bem que, a todo o momento, me dizia “se não me falha a memória...”

            A mim, se a memória falhou ou não, isso não tem a menor importância diante do fato de ser um depoimento de alguém que muito dedicou sua vida ao basquete, isso que é importante. Fez parte de um grupo de amigos que interessou e preocupou para que houvesse esta modalidade na sua cidade. Enquanto conversávamos, mostrou um papel que retratava a divulgação de um jogo entre duas equipes paraisenses (foto): Recreativa e Espartano.

            Geraldo muito contribuiu para a formação do basquete na cidade a mais de meio século. O começo é difícil, mas, fica na historia da dificuldade de construir uma simples quadra a céu descoberto até chegar aos dias de hoje de uma requintada Arena Olimpica, um verdadeiro cartão de visita, não só da cidade, ou do estado, mas do país, ou melhor, do planeta basquete.

            É muito prazeroso vê-lo, ao lado de sua esposa, Maria Alice, sempre presente nos jogos de basquete da cidade. Sua família herdou esse amor ao esporte da cesta, seus filhos e netos sempre ao lado do basquete.

            Vamos “ouvir” esta belíssima narração de quem um dia se preocupou com a formação de uma equipe e um lugar para poder praticar o mais maravilhoso dos esportes: o basquete.

 RECREATIVA: ONDE E COMO COMEÇOU O BASQUETE EM PARAÍSO

 

A Recreativa nasceu, quando apareceu  um rapaz aqui não me lembro se era de Passos ou Batatais, e quis formar um time aqui. Reuniram uns amigos e me convidaram também, a minha altura ajudava bastante e onde vamos treinar aqui nunca ninguém tinha mexido com isso e fomos treinar lá na maçonaria Fraternidade Universal. Onde tinha só uma cesta e então fazíamos um 21, estava difícil treinar daquela maneira. Fomos atrás do monsenhor Mansini pedir a quadra emprestada da Escola de Comercio, que já não existe mais, ele emprestou e agente só podia treinar depois d o final das aulas noturnas fomos treinando e mais gente veio se ajuntar a nós e nesse meio tempo, veio de Ribeirão Preto, o Mario Tonzar, que se casou com uma moça daqui, ele contador montou escritório e foi treinar com os conhecimentos que tinha adquirido na Recreativa de Ribeirão Preto. Sempre treinando e chegou um ponto que ficou muito difícil de treinar lá. Foi quando surgiu a idéia de construir uma quadra.

Tínhamos um grupo de umas 15 pessoas e conseguimos apoio do prefeito, Dr. Luizinho Pimenta Neves, que nos avalizou no banco, sacamos um dinheiro compramos um carro 52, lembrei uma data agora, caro zero saímos vendendo rifa em toda região levantamos um dinheirinho e compramos um terreno na rua Pinto Ribeiro e com o tempo construímos uma quadra fizemos um time e jogamos por uns 10 anos aqui na região, ganhando perdendo e fazendo amizade recebendo bem os visitantes. Passado alguns anos e o grupo foi se dispersando, alguns parando, uns mudando para outra cidade para estudar, trabalhar. Aquela quadra ficou um tanto abandonada, um dia fizemos uma reunião e surgiu uma idéia de doar esta quadra para uma entidade que prestigiasse alguma coisa daqui

            O Clube Paraisense tinha vontade de construir uma quadra boa e acontece que ele tinha o terreno, mas não tinha verba para construir. Naquele tempo era tudo barato, hoje um terreno neste local vale uma fortuna. Resolvemos oferecer para o clube na condição de que eles fizessem uma quadra coberta no terreno deles. Fomos ao clube, conversamos com eles sobre a nossa situação e o escolhido foi o clube para receber essa doação.

            Com a seguinte condição de construir uma quadra coberta para formação de uma equipe de basquete na cidade o presidente do clube ficou surpreso com a doação, perguntou  “o que vocês querem em troca?”

 NADA – respondemos.       

E assim aconteceu aquela transação.

Tempos depois, por motivos não esclarecidos, o clube não cumpriu com o promessa.

E assim nasceu e morreu a Recreativa.

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            Realmente um depoimento que deve ficar na historia da cidade de uma longínqua e singela Recreativa ao magnífico complexo Arena Olímpica a historia do basquete na cidade e como tudo que começa bem feito na base, uma base sólida de amor, com certeza, no futuro só terá bons frutos a colher.

            Neste caso, esse futuro já chegou é o basquete de Paraiso hoje e com sua quadra...coberta.

 

            Ainda perguntei sobre os basqueteiros da família, e Geraldo, muito humilde, disse: “eu entrei no basquete por uma casualidade, nunca fui um grande jogador. Meus filhos gostam,, o Renato, muito dedicado ao basquete e tem agora meu neto, que está defendendo a equipe sub-15 e já ganhou vários títulos e gosta muito deste esporte”.

            E a sua modéstia continuou quando perguntei o que pensava sobre a realização da Copa America sub-81, sendo a primeira competição internacional na cidade: “não tenho condição de opinar sobre isso. Será muito bom para a cidade e todos os visitantes serão bem recebidos, como no nosso tempo e se todas as estruturas para organizar esta competição estão de acordo é isso que não posso opinar” 

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