ENTREVISTAS

SILVIA PUERTAS, MESÁRIA ESPECIAL, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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SILVIA: O JOGO SOB CONTROLE

Todo o jogo passa em suas mãos, ela anota tudo, o verdadeiro jogo fica registrado ali na Mesa de Controle, na súmula de jogo. É o documento oficial de uma partida.

Ela começa a trabalhar bem antes do início do jogo e só encerra seus trabalhos bem depois do final da partida, ela conhece todos os sinais do árbitro não importando o seu idioma. É uma das maiores responsáveis por tudo o que ocorre na quadra, e muitas vezes, sem ser notada por quase ninguém.

Ela é uma estudiosa e conhecedora do basquete, o jogo não começa sem ela e sua equipe de Mesa

Ela é Silvia Puertas, minha entrevistada de hoje, e muita coisa pra contar, veremos.

 

Silvia, quero que fale um pouco de você, dentro do basquete, antes de tornar-se uma oficial de Mesa Internacional

Antes porém, quero fazer uma correção: Os oficiais de mesa do Brasil são classificados em suas próprias federações. Em São Paulo, categoria máxima que um oficial de mesa pode alcançar tem o nome de CATEGORIA ESPECIAL. Então Marcos será melhor mudar o nome de internacional para ESPECIAL.

Minha família sempre foi do basquete começando pelo meu pai que jogou pela cidade de Birigui, jogos regionais e jogos abertos da época, e depois já em São Paulo continuou  jogando pela empresa e como hobby, meus irmãos também jogaram e eu, meus pais sempre nos acompanharam. Meu filho também jogou até a categoria infantil. A família sempre teve o basquete correndo no sangue.

Fiz faculdade de Educação Física na antiga OSEC em São Paulo, e continuei jogando pela faculdade os jogos da FUPE, e também participei dos jogos regionais e jogos abertos;  em 1983 ingressei na FPB (Federação Paulista de Basquetebol) como oficial de mesa, neste período acumulava varias funções, estudava, jogava, fazia estágio e ainda, como sempre, sobrava um tempinho para trabalhar como oficial de mesa.

Sou realizada como profissional e mãe, meus filhos souberam entender a minha ausência em várias ocasiões e a importância do meu trabalho.


E quando começou o gosto pela arbitragem? Teve alguma influência determinante?

Quando estava na faculdade de Educação Física os cursos extracurriculares eram frequentes, eu jogava basquete pela faculdade e uma das amigas trouxe o curso, fizemos um grupo para participar e foi ai que percebi que poderia continuar fazendo com que o basquete fizesse parte do meu dia a dia de outra maneira.  E desde 1983 estou na FPB. Meu pai foi meu grande incentivador.


Como é o curso para se formar um Mesário de basquete, desde o iniciante até a categoria  ESPECIAL?

Os interessados devem procurar a federação do seu Estado, em São Paulo www.fpb.com.br , e após a aprovação do curso ele ingressa na FPB na segunda categoria, após reciclagens, clínicas de arbitragem, avaliações teóricas e desempenho prático ele pode ser promovido para primeira categoria, passa pelo mesmo processo para passar para categoria aspirante e por fim categoria ESPECIAL. Quem sabe um dia teremos a categoria NACIONAL de Mesa.

 

 O que representa pra você ser uma Oficial de Mesa, categoria  ESPECIAL?

Depois de tantos anos sei que consegui respeito, credibilidade, aceitação por grande parte da família BASQUETEBOL e tudo se deu pelo trabalho feito com amor, dedicação, comprometimento. Em 2007 recebi o prêmio da FPB como a melhor oficial de mesa isso foi o reconhecimento do meu trabalho e ao mesmo tempo a responsabilidade de continuar trabalhando e aprendendo.


Quais as dificuldades mais comuns que você encontra hoje para você trabalhar?

Tendo em vista que trabalhamos com equipamentos eletrônicos, algumas vezes esses equipamentos nos deixam na mão, mas sempre temos que estar preparados para um imprevisto e ter nosso material a mão.


Qual foi sua partida inesquecível?  

Dentre tantos jogos é difícil eu falar somente de um, mas escolhi a final em 1991 entre Rio Claro x Franca, a equipe de arbitragem foram: na quadra (naquele tempo eram 2 árbitros) Affini e Piovesan e na mesa Angela Bellinati, e eu o outro mesário não está mais no quadro da FPB (quem quiser saber sobre esse jogo tem no Youtube). Foi uma das minhas primeiras finais em campeonato adulto masculino e com muita emoção.

 

Fale um pouco de seu currículo

ESTE ANO ESTOU COMPLETANDO 30 ANOS DE FPB

Cidade natal: SÃO PAULO

Profissão: PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Federação Paulista de Basquetebol: DESDE 1983.

Sinceramente não me lembro de todos os jogos, nesses 30 anos de FPB fiz uma infinidade de jogos, aqui tem alguns:

Campeonato Paulista categorias fem e masc desde 1983/2013;
Taça Brasil até 1989;
Campeonato Brasileiro de  1990/2008;
Sul Americano de clubes masc -  Franca 1991;
Sul Americano de clubes fem - Campos de Jordão - 1992;
Mundial de Clubes Feminino - Sorocaba 1993/Guarulhos 1994/Santos 1995;
Copa América Feminina - São Paulo – 1997;
Copa América sub 21 - Ribeirão Preto – 2000;
Mundial Adulto Fem - São Paulo – 2006;
Jogo das estrelas - Franca - 2011
World Tour FIBA (3X3) – São Paulo - 2012;
Liga Nacional de Basquetebol masc NBB a partir de 2008.  

 

O basquete já deixou você triste alguma vez?

Sim, na verdade não o basquete em si, o que me deixa triste é como algumas pessoas tratam esse esporte maravilhoso, fico triste quando não posso fazer parte dele, por isso sempre que posso e não estou trabalhando vou assistir a um jogo.


Em algumas vezes, a torcida, geralmente do time da casa, já responsabilizou os árbitros pela derrota de seu time, e esses, tiveram que sair escoltados por seguranças do ginásio; já aconteceu algo semelhante com vocês, oficiais de mesa?

Sim, a torcida está lá para torcer, e nós,  equipe de arbitragem muitas vezes somos o foco do resultado negativo de seus times. Hoje em dia devido às severas punições das entidades responsáveis a invasão de quadra ou mesmo os atos contra a equipe de arbitragem são bem menores.


Um  fato curioso em sua carreira.         ]                                                       

A LUA é o satélite natural da Terra, situando-se a uma distância de cerca de 384.405 km do nosso planeta

Aqui em São Paulo fazemos jogos em muitas cidades, algumas próximas à cidade de São Paulo e outras distantes, sendo hoje a cidade mais longe a uma distância de 630 km, essas viagens são realizadas de carro, onde geralmente saimos de SP realizamos o jogo e em seguida voltamos para SP. Fiz uma contagem rápida e percebi que nesses ultimos 8 anos já fiz 2 viagens até a Lua, levando em consideração que tenho 30 anos de FPB com certeza já fui mais de 2 vezes e voltei.


COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS

Uma cidade - LAS VEGAS

Um país - BRASIL

Prato preferido – Tenho vários mas vou escolher três: LAZANHA;  FRANGO GRELHADO COM CREME DE MILHO; FILÉ MIGNON A PARMEGIANA.

Um sonho realizado -  FILHOS (ARAMIS E ADRIANA)

Um sonho a realizar – Não sou sonhadora, mas ainda quero conhecer alguns lugares do mundo como a cidade de PRAGA (República Theca)

Um ídolo no basquete -  WLAMIR MARQUES

Um homem bonito – A beleza externa não demonstra quem realmente é, mas somente pela beleza DAVID BECKHAM

Imprensa –  INSUBSTITUÍVEL, NECESSÁRIA.

Um livro – NINGUÉM É DE NINGUÉM – Zíbia Gaspareto

Uma música – É PRECISO SABER VIVER - TITÃS

Amor – VIDA, estamos aqui de passagem temos que aproveitar cada minuto.

Amizade – FORÇA, sem meus amigos não chegaria aqui.

Deus – RAZÃO

O que mais gosta – VIAJAR

O que mais detesta - MENTIRA

A cesta mais certeira de sua vida – ARAMIS E ADRIANA - meus filhos, minha vida.

 

Silvia, agradeço sua sempre atenção para com todos nós da imprensa e quero que deixe uma mensagem para os meus leitores.

Primeiro agradeço seu convite, Marcos do  Carmo, pela entrevista.
Agradeço também a FPB que me deu a oportunidade de ser o que sou como oficial de mesa.

Lembrem-se que nós oficiais de quadra e mesa, somos seres humanos, passíveis de erros e acertos, que como vocês, temos nossas famílias e ficamos muito ausentes delas, para poder fazer o melhor de nós dentro do basquete, muitas vezes somos julgados pela emoção do jogo, saibam que não deixo meus filhos para prejudicar ou beneficiar uma equipe e sim para fazer o melhor.

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