ENTREVISTAS

RAPHAEL GOUVÊA, TÉCNICO DO LADIES TEAM, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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RAPHAEL GOUVÊA : NOSSO BASQUETE ESTÁ CARENTE DE OPORTUNIDADES PARA OS JOVENS

        Um jovem treinador de basquete, que se estivesse jogando ainda, seria também um jovem jogador e mesmo assim já fez tanto pelo basquete. Procurando sanar a grande lacuna que existe, principalmente no basquete feminino, que é a falta de equipe.

        Um trabalho de base, de dar chance a quem gosta de basquete e seu nome já entrou para a história  do basquete como um fundador de uma equipe feminina, onde em pleno ciclo olímpico, nosso país ainda não existe um projeto de massificação desta modalidade que é detentora de medalhas nessa competição máxima no mundo.

        Este jovem que está fazendo um trabalho que há muito tempo, já deveria estar nas cartilhas do COB, CBB e federações do nosso país. Ele é Raphael Gouvêa, o Karioka, uma vida toda a serviço do basquete, meu entrevistado de hoje.

 


 Raphael , quero que você fale um pouco de sua carreira, dentro do basquete, até chegar hoje ao treinador do Ladies Team Basketball.

Bom, comecei a jogar basquete em 2000 aos 12 anos no Botafogo-RJ e em 2002 fui convidado a jogar no Clube Esperia em São Paulo e joguei em vários clubes em SP e até em Minas Gerais. Em 2009 em Atibaia tive minha experiência ajudando a treinar a equipe masculina sub-15 e comecei a me interessar em ser treinador. Em 2011 tive de fato minha primeira experiência como treinador com o Ladies.



 Agora, conte um pouco da história da formação do Ladies

Em 2011 eu lesionei meu joelho e estava sem jogar, aproveitando desta situação minha namorada Thalita Santos e minha amiga Ana Cristina me pediram para que montasse uma equipe feminina para que elas pudessem jogar juntas com outras amigas na qual haviam atuado no decorrer de suas carreiras. A ideia de juntar todas não deu muito certo e com isso começamos ir atrás de jogadoras para compor o elenco e nesta busca foi que me deparei com a situação do basquete feminino e descobri que havia muito a ser feito e explorado, muitas meninas capazes que só precisavam de uma oportunidade.

 Como é composta sua equipe de trabalho?

Não temos uma equipe de trabalho, tenho pessoas que amam o basquete e querem fazer algo pelo esporte. Dentre elas destaco:  Thalita Santos, Marcus Zanota, Gabriel Selva Cruz, Roberta Magalhães, Marco Campagni, Rafael Borghoff Thiago Camargo (que me ensinou como devo agir em relação ao projeto desde o primeiro dia).

Dentre todas as pessoas que nos ajudam tenho que destacar aqui a Marizilda Molina viúva do grande Edson Bispo dos Santos (Campeão mundial de basquete e bronze nos Jogos Olímpicos)  que desde o primeiro ano do Ladies nos adotou e ajudou sempre que precisamos.

                                                                  
 Como você concilia os treinamentos das diversas categorias e seu dia a dia?

Os treinos são divididos em categorias, até por que a situação de horário das mais e velhas e mais novas são diferentes, então os treinos são encaixados nos horários disponíveis de todos (eu e as meninas), mas mesmo com a separação eu deixo claro que não existe um time sub-18 e o adulto, existe apenas um time e todas fazem parte dele sem distinguir nada.


 Suas metas para este ano?

Dar os principais passos para profissionalizar o projeto, manteremos a mesma filosofia de trabalho sempre, mas quero poder firmar parcerias para que possamos dar ajuda de custo e bolsa de estudos para as meninas.


 Como você vê o atual momento do nosso basquete feminino?

De escassez de talento devido ao desaparecimento de equipes e a falta de campeonato, não estou dizendo que não temos talento jogando posso citar aqui algumas, mas acho que em uma situação normal não devíamos ter apenas alguns talentos e sim muitos talentos.



 O que está faltando nas categorias de base, para que tenhamos um futuro melhor no basquete feminino

OPORTUNIDADE, no masculino nós temos jogadores com 15 e 16 anos que são coadjuvantes,  mas quando ficam com 19 ou 20 estouram e aparecem do nada. No feminino não temos isso, os destaques do adulto são destaques desde que eram da categoria de base, são seleção desde a categoria de base. Esse panorama está totalmente ligado a falta de equipes. O masculino um menino tem varias chances de virar jogador, pois tem varias equipes para ele tentar uma chance e em alguns casos da certo, o feminino não tem essa chance, pois não há um investimento maior para isso.


 Nos aspectos técnicos e táticos, o nosso basquete feminino evoluiu pouco ou foram as demais potências do mundo que evoluíram demais e o Brasil não conseguiu acompanhar essa evolução ?

No aspecto tático evoluímos e acompanhamos grandes potencias, mas não a tática que vá ajudar se não tivermos mais talentos para sustenta-las em quadra. O Brasil tem excelentes técnicos e excelentes jogadoras (em uma porção menor) que precisam ter mais jogos e desafios para desenvolver por completo esse potencial e superar qualquer grande potencia.


 A meta do Ladies para as próximas temporadas

Mostrar a todos como que é jogar por amor ao basquete. Um dia o Ladies será grande e teremos um estilo de jogo que muitos vão se espelhar e a receita será simples : Amor + vontade + treino


COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS

Uma cidade: São Paulo

Um país: Brasil

Prato preferido: Ahh nada supera um bom feijão arroz e bife (risos)

Um sonho realizado: Jogar todos os campeonatos que quis, jogar basquete mais do que muitos imaginavam

Um sonho a realizar: Ver o Ladies Basketball criando um estilo que será seguido por muitos

Um ídolo no basquete

Não da pra citar 1. Oscar pelo tanto que se matou de treinar por amor ao basquete, Michael Jordan pela revolução que ele causou dentro de quadra e Dražen Petrović  mostrou ao mundo que não era só os americanos que sabiam encantar jogando basquete.

Uma mulher bonita

Minha namorada e minha mãe, se eu falar diferente eu apanho em casa (risos)

Imprensa
Muito poder de construir e destruir, depende de como for usada.


Um livro
Transformando suor em ouro


Um filme

Somos Marshall

Amor

Dá poder para realizar tudo que queremos

Amizade

A base para construir tudo


Deus

Um guia

Seleção brasileira
Termômetro do trabalho feito nós pais.


O que você mais gosta

De estar dentro da quadra

O que mais detesta

Falsos amantes do basquete.

A cesta mais certeira de sua vida

Em 2000 ter aceitado aprender a jogar basquete

Raphael, quero que deixe uma mensagem para os meus leitores.

Leiam sempre este site e as coisas que o Marcos publica, pois se trata de uma pessoa que está ajudando o basquete a ter pelo menos um pouco do destaque que merece. Foi a primeira pessoa a divulgar algo do Ladies sem cobrar nada em troca e tenho uma eterna gratidão. Então quem ama o basquete se mantenha atualizado no site e em tudo que ele publicar.

 

 

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