ENTREVISTAS

CAROL CAMPAGNI, EX-OURINHOS, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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INSPIRADA NA CAMPEONÍSSIMA MAGIC PAULA, ESTUDANTE DE JORNALISMO E UMA DAS MAIS BELAS PÁGINAS DE AMOR AO BASQUETE, ESCRITA POR CAROLINE ROCHA CAMPAGNI

            Hoje ela está sem equipe, mesmo tendo acabado de ajudar sua equipe, Ourinhos,  obter uma conquista inédita: ser Medalha de Prata no Campeonato Paulista sub-17. Ela sabe que mesmo tendo todo amor ao basquete, a vida não é só “um mar de rosas”, ou seja, não é só de basquete.

            A minha torcida é para que ela volte o mais rápido possível para as quadras. Mas acima de minha torcida está a vontade dela, que eu respeito e torso para que ela seja feliz. No ano que passou, pude ter contatos com muitos jovens atletas, que ainda não sabem se continuam jogando este ano e se somar todos esses talentos que parem precocemente, surge um perdedor: o nosso basquete!

            Ela é Caroline Rocha Campagni, que aos 17 anos, já tem uma carreira notável como exemplo de atleta. Estudiosa e acaba de realizar mais um sonho,futura estudante de jornalismo, vamos ver o que esta maravilhosa e linda garota tem a contar.

Extremamente carismática Carol vai aumentando sua coleção de amigos e admiradores. Faz bastante tempo que eu a conheço, pelas redes sociais e sempre nos falamos como velhos amigos e trocando informações sobre o basquete, posso dizer que ela é uma grande colaboradora do meu site e muitas vez, pede para omitir seu nome.

. E neste último dezembro, tive a felicidade de conhecê-la pessoalmente durante o jogo da final do paulista sub-17, entre sua equipe, Ourinhos e Americana, na cidade de Americana.  Após  jogo, fui jantar com seus pais, Márcia e Marco, quando pude entender um pouco mais do porquê da grande maravilha que é Carol.

 

 Ela tem amizade pelo mundo todo e sempre se relacionando com os basqueteiros. O clube italiano Olimpia Corato, atré um dos muitos contatos sobre basquete pelo mundo a fora e através de seu treinador Vincenzo Mazzilli 

 Sr. Vincenso, do qual recebeu uniforme da equipe, (que estão nas fotos abaixo), mencionou a possibilidade de Carol jogar em seu time. 

Carol em plenas férias, mas está sempre na academia, para manter sua forma, se ela está sem namorado, não sei, não quis entrar em detalhes, mas que ela está sem equipe, é uma verdade e clubes que queiram contratá-la é só entrar em contato com ela.


 Carol quero que você fale um pouco de sua carreira como jogadora de basquete, quando começou até chegar hoje a esta grande conquista da prata do paulista sub-17

 Eu comecei a gostar de esportes desde pequena, cresci dentro da Sociedade Esportiva e Recreativa de Vila Anastácio ( SERVA ), bairro de São Paulo, próximo a Lapa, onde passei a maior parte da minha vida, vivia lá com meu pai e meu avô, brincando de jogar futebol com meu pai e avô, que jogavam quando eram mais novos. Quando tinha uns 10 anos entrei na ACM/Lapa ( Associação Cristã de Moços ) e algum tempo depois entrei nas aulas de basquete e lá encontrei o Professor Fernando Borba que deixava as aulas super dinâmicas, divertidas e que me incentivava muito. No ano seguinte, resolvi fazer o teste no Bradesco, na época chamava Finasa/Osasco, passei, joguei lá por um ano sob o comando dos Professores Cristiano Cedra, Priscila Tibério e Neusa Maria e fui dispensada. Mas eu não me deixei abater, a Professora Neusa (Neusinha), ex-seleção Brasileira, me indicou ao Centro Olímpico, e passei três anos lá, no primeiro ano fui atleta da Flávia Silva, nos outros dois anos fui atleta da Vânia Paulette  e da Alessandra Minatti. Sai de lá no final de 2010, por não conseguir conciliar os horários, morava muito longe do clube, 2 horas de viagem pra ir e 2 horas pra voltar, eu chegava muito tarde e meus pais tinham medo de me deixar sozinha à noite em São Paulo. No comecinho de 2011, fui indicada pelo Professor Antônio Sobé, técnico catarinense, para Ourinhos, e o Sr Julio Barbin me convidou pra fazer um teste, e lá passei 2 anos, atleta de Lisdeivi Pompas, Christiane Sackis e Milene Machado, tive a oportunidade de treinar com o adulto sob o comando do Professor Antônio Carlos Barbosa e depois com o técnico Edson Ferreto. Passei pelas mãos de excelentes técnicos e pessoas maravilhosas. Fui vice-campeã da ARB em 2007 no Finasa, campeã estadual em 2009 pelo COTP, Vice- campeã Estadual, e vice-campeã dos regionais em 2012 por Ourinhos.

 E quando começou a gostar de basquete?

 Eu cai no basquete de paraquedas, eu entrei na  ACM para fazer natação para corrigir problemas respiratórios, mas a aula de basquete não tinha muitos alunos então um dia a Professora Tati me perguntou se podia ajudar a completar o número de alunos da aula, e lá fui eu.  Acabei gostando do esporte, não faltava nenhum dia nas aulas, transformei o basquete  no meu sonho, e comecei a correr atrás dele. 

 Jogar por uma equipe da capital ou uma do interior, como você atuou, qual é a diferença básica?

 Não tem uma diferença na questão de jogar na capital ou no interior, no interior eu estava muito mais segura, mesmo que há 400 km de casa eu não corria os mesmos riscos que corria jogando em São Paulo, no caminho de ida e volta na capital. Aqui em São Paulo tudo é muito mais perigoso. E poderia ter me saído muito melhor em qualquer uma dessas equipes se eu não tivesse medo de errar.

Interior tem o calor da Torcida, Ourinhos a população vibra e incentiva o Basquete é muito legal, já nas Equipes da Capital só tínhamos mesmo o apoio dos Pais na Torcida.

 


 Quais as maiores dificuldades que encontrou para praticar o basquete? Como concilia seu tempo entre treinos, jogos e estudos?

 Com certeza a falta de clubes! Não tem muita gente investindo no nosso esporte. O futebol masculino tem uma equipe em cada esquina, o basquete não, é raro as equipes que dão espaço para nós. Quanto a conciliar meu tempo, eu acredito que quem quer arruma tempo para tudo. É aquela frase, que acho que todo mundo já ouviu: O que você faz entre meia noite e seis da manhã. É lógico não tínhamos o mesmo tempo que alunos normais tinham para se dedicar aos estudos, dava um jeito de fazer a minha uma hora render, igual as dez que os outros tinham, assim tem que ser. Mesmo com o sonho de ser jogadora eu nunca deixei os estudos de lado, por que carreira de atleta é curta, e pode acabar quando a gente menos esperar. Este ano mesmo quero fazer jornalismo até entrei em duas Faculdades, mas em nenhuma destas cidades há equipes de Basquete, vai ser difícil conciliar a Faculdade e o Basquete.


 Qual foi sua partida inesquecível?

 COTP e Jacareí em 2010 acho que foi um dos meus melhores jogos. Mas é claro que as finais, COTP x Americana (2009) e Ourinhos x  Americana (2012) também serão inesquecíveis.

 O basquete já deixou você triste alguma vez?

 Já, o esporte é uma faca de dois gumes, ele te levanta, mas também te põe lá embaixo. Você vive adrenalina 24 horas. Eu tinha muitos planos no basquete, que eu não consegui alcançar e isso me deixa mal, mas eu também aprendi muito com tudo isso, sei que nem sempre o meu melhor vai ser suficiente, eu amadureci muito dentro desse esporte.

 Como você viu o nível do paulista sub-17 e Ourinhos teria condições de vencer Americana, o que faltou?

 Nossa equipe foi determinada a ser campeã sim, perdemos a primeira em Ourinhos por 2 pontos, mas o jogo foi nivelado, no segundo jogo estávamos muito bem até o 3 quarto, chegamos abrir 08 pontos de vantagem, mas infelizmente no ultimo quarto não fomos bem. 

Mas lutamos até o final Honramos a camisa de Ourinhos, e não podemos esquecer que Americana é uma Equipe que mantém todas as categorias de base, e hoje é a maior equipe do País, afinal venceu tudo em 2012. E conseguimos levar uma Equipe de Base de Ourinhos pela primeira vez a uma Final, isso já nos encheu de orgulho. 

 

 Você que esteve fazendo treinamentos nos Estados Unidos, o que está faltando ao nosso basquete feminino, em sua s categorias de base, para que ele de destaque mais?

 A diferença entre Brasil e EUA nítida, lá fora as crianças são estimuladas ao esporte desde que nascem as escolas tem times, as Universidades tem times, cada esquina lá tem uma tabela. Tem espaço para todo mundo entrar no esporte, não só o basquete, apesar de lá o basquete ser o foco. O que falta pra gente é equipes, falta espaço, acho que a televisão poderia dar uma força também, colocar o basquete de novo na mídia. Fomos esquecidos! Clinica que fiz no Orlando Magic foi sensacional, tudo é em alto nível, qualidade das quadras, equipe de treinadores. Tratam os atletas de Base como devem ser tratados, afinal o nome diz tudo é Base, o atleta precisa aprender, jogar, errar, ser corrigido, mas em alguns casos a Base muitas vezes ou na maioria é obrigada a dar resultados imediatos e os treinadores não podem se dar ao luxo de ficar perdendo muito tempo ensinando, exemplo foi o Corinthians em 2009, montou Equipe Feminina Categoria Mirim, mas no ano seguinte não deu sequência, o Barueri em 2010 foi a mesma coisa, querem montar uma Categoria de Base e já ser Campeões no primeiro ano e sabemos que isso demanda tempo, anos de trabalho.

 Este ano ouvi de muitos atletas, principalmente de suas categorias de base, reclamando da organização, como a falta de um calendário mais adequado e poucas perspectivas de mais equipes adultas, e você, como pensa a esse respeito?

  Realmente, há uma falta de organização. O campeonato fica dois meses parado por causa da seleção, ai quando volta, tem jogo dia sim, dia não, fica tudo acelerado, a gente joga durante a semana, perde dois dias de aula todo jogo fora, porque as viagens são longas e chegamos de madrugada. Sei que também há uma dificuldade em conciliar os horários  de quadra, ainda mais nas  cidades do interior onde muitas vezes só há um ginásio para todas as modalidades. Mas acredito que poderiam mudar um pouco, organizar um pouco melhor os nossos jogos.

 O que está faltando para o nosso basquete feminino voltar a obter uma grande classificação em Mundiais e Olimpíadas?

 Não sei a respostas, mas posso Garantir que não falta de Talentos, pois temos de sobra, mas como disse anteriormente, faltam equipes, muitas atletas param aos 18 anos.

 Quem foi sua inspiração para que você se tornasse uma jogadora de basquete?

 Minha inspiração das quadras foi a Maria Paula Gonçalves ( Magic ), a história dela é muito bonita ( li a biografia dela e vários vídeos ). Mas existem outros nos quais me inspirei em NUNCA desistir dos meus sonhos: Cafú, Maurren Maggi, Ayrton Senna, Messi, e claro meus Pais, que além de guerreiros sempre me incentivaram e incentivam a praticar esportes.

 Fale de um fato inusitado acontecido com você, durante sua vida de jogador

  Em 2011 em Ourinhos eu dividi quarto com uma amiga minha, ela falava dormindo. Eu tomei vários sustos até me acostumar, ela era uma figura.

Carol, nós nos conhecemos através de uma rede social há bastante tempo, mas na verdade, nossa amizade é bem real, fale um pouco dos amigos que você conheceu nas redes sociais.

Ao longo destes anos de basquete, fiz muitas amizades com colegas de equipe e também adversárias, em várias cidades.
Não sou muito de internet, mas acabei fazendo grandes amizades Virtuais, pessoas que admiro, mas infelizmente ainda não consegui conhecer pessoalmente, caso do Professor Antonio Sobé, que viu meu vídeo no globo esporte da rede globo em dezembro de 2008 e acabamos ficando amigos no Orkut e agora também no facebook, inclusive minha ida a Ourinhos devo ao Professor Sobé.
Alguns amigos virtuais acabei tendo a oportunidade de conhecer pessoalmente, casos da Sra. Angélica Caldas ( ex seleção da década de 70 ), Professora Helia Verssuti de São José do Rio Preto que foi ver um jogo meu em Barretos e me deixou muito feliz, Professor Raphael Gouvêa e também Mauricio Eiros que conheci em Santos quando fomos jogar na Arena Santos.

Infelizmente ainda não consegui conhecer todos os amigos virtuais, mas muitos ainda terei oportunidade porque são aqui de São Paulo e outros talvez fiquem apenas no virtual, motivo da distancia e muitos moram em outros Países, por exemplo, Professor José Almeida ( Portugal ), Prof. Adjalma Vanderlei Becheli Jr ( Brasileiro, mas trabalha nos EUA ).
Os irmãos Franz Pinotti e Franco Pinotti da Equipe Sanga Milano da Itália.
Mas enfim sobre a Equipe Olímpia Corato ( Corato, Puglia, Italy ) acabei fazendo amizade virtual com Sr. Vincenzo Mazzilli, uma pessoa super bacana, que me enviou um uniforme completo da Equipe por intermédio de uma amiga de meu Pai que morava na Itália e no final do ano voltou ao Brasil.
 


COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS

Uma cidade - Ourinhos
Um país - Brasil, sem dúvidas, não troco aqui por nada
 campo ou praia -  (Campo)
Prato preferido -  Arroz, feijão, bife e batata frita
Um sonho realizado -  Morar no interior
Um sonho a realizar - Ser jornalista
Um ídolo no basquete - Magic Paula e Magic Jhonson
Um homem bonito -  Caio Castro
Imprensa -   Fundamental no basquete, sem estes abnegados como Chuá Marcos, Balassiano e Bert do blog PBF, com certeza a Categoria de base não seria divulgada mesmo
Um livro -  Poderosa – todos os volumes, rs
Um filme  - Tomates verdes fritos
Amor - Deus e meus pais
Amizade - algo que tem ficado esquecido por muitos, graças a Deus eu tenho amigos, poucos, porém verdadeiros
Deus -  TUDO!
O que você mais gosta -  das coisas simples
O que mais detesta - A FALSIDADE!
A cesta mais certeira de sua vida - Nunca deixar os estudos, e estudar inglês
Carol, quero que deixe uma mensagem para quem gosta de basquete

BASQUETE É UM ESPORTE MARAVILHOSO, MAS COMO TUDO NA VIDA, ELE NÃO É SO ROSAS, PARA REALIZAR O SEU SONHO O CAMINHO É BASTANTE TORTUOSO. MAS VALE A PENA.  ACREDITO QUE MESMO PARA QUEM NÃO CHEGA LÁ, O ESPORTE VAI TE PROPORCIONAR LIÇÕES DE VIDA INCRIVÉIS QUE VÃO SER UTÉIS ETERNAMENTE! EU APRENDI MUITO E TENHO MUITO QUE APRENDER.

 Na foto principal, Carol está ao lado de Fernando Borba, seu primeiro treinador, na ACM Lapa, em 2007

Contatos com a Carol:

http://www.caroline.blog.br/

Twitter : @caroldobasquete


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