ENTREVISTAS

CLÁUDIA COMODARO, UMA REVELAÇÃO DA ARBITRAGEM, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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MARIA CLAUDIA COMODARO MORAES

            De longe, lá dentro da quadra, trabalhando em um jogo masculino, parece uma menininha em forma de um maestro a comandar o mais belo espetáculo da terra: o basquetebol. Ao se aproximar dela, nos momentos da sinalização para a mesa, juntamente com todo o seu conhecimento sobre a modalidade, digna mesma de seu título: uma juíza aparece seu lindo sorriso. Ela consegue um sorriso e gesto enérgico ao mesmo tempo quando se faz necessário dentro de sua profissão. 

            Em competições internacionais, é de praxe, um árbitro não trabalhar num jogo em que seu país está atuando. Esse costume vai se estendendo até nossas mais competições caseiras. Mas com esta moça não aconteceu exatamente assim. Ela que começou a jogar basquete com sete anos de idade, mas ainda em sua adolescência se encantou com o mundo do apito, do basquete.

            E foi assim que aquela menina, nascida na cidade de Franca SP, uma cidade que respira o esporte da cesta, onde qualquer desconhecido torcedor, sabe torcer, conhece as regras e de forma alguma, não tolera o erro da arbitragem.

            Aquela menina francana que tão cedo trocou a bola pelo apito, não abandonando a quadra de basquete. Formou-se e Educação Física e há dois anos já é uma árbitra deste esporte da bola laranja. Nesses dois anos em sua nova profissão, já atuou em nada menos de quatro campeonatos brasileiros de base..

            Essa juíza, recentemente contrariando um pouco os costumes das escalações para atuar, foi escalada para atuar em um jogo do NBB, exatamente na sua cidade natal, onde a equipe do Franca Basquete estava em ação.

            Esta sua escalação é um atestado de sua competência, sua honestidade e capacidade dentro do que faz.

            Esta bela jovem e seu maravilho sorriso que parece ecoar pelo silvo e que chega até acalmar corações dos envolvidos na contenda.

            Esta é Maria Cláudia Comodaro Moraes, a grande revelação da arbitragem, em entrevista exclusiva.

 

 

 

 

 

Cláudia,quero que você fale um pouco de você, dentro do basquete, antes de tornar-se árbitra.

Eu joguei basquete desde os 7 anos de idade na minha cidade natal Franca. Joguei em todas as categorias até os 17 anos até quando recebi a proposta de jogar no time juvenil de Campos do RJ, onde realmente tive o basquete de uma forma profissional, mas quando terminou a temporada decidi parar por motivos pessoais, e então voltei pra Franca para estudar.

  E quando começou o gosto pela arbitragem? Teve alguma influencia determinante?

Seis meses após voltar pra Franca, me mudei para Uberlândia para fazer faculdade e durante toda a graduação me envolvi com o basquete dando aulas em escolinhas da cidade. Eu sempre quis estar envolvida com o basquete que sempre foi a minha grande paixão, porém as áreas que já havia trabalhado não me satisfaziam, até quando surgiu a oportunidade de fazer o curso de arbitragem realizado em 2009 pela federação mineira. E logo de cara me achei. Pensei: “Pronto! É isso que quero fazer dentro do basquete.”

 

 Como é o curso para se formar em árbitro de basquete, desde o iniciante até a categoria internacional?

O primeiro curso a ser feito é o da federação de seu estado, no meu caso foi a Mineira, pois até hoje resido em Uberlândia. Você começa como estagiário e vai subindo de categoria dependendo de um bom trabalho realizado e algumas provas. Após isso, a federação te indica para fazer uma prova para ser árbitro nacional, onde tem provas práticas, teórica e teste físico que são realizadas pela CBB. Em seguida, após um tempo você pode ser indicado pela CBB para fazer o teste para árbitro internacional que é realizado pela FIBA e consta também de provas, porém com um adicional que é a língua estrangeira, tanto o inglês como o espanhol.

 Quais as dificuldades que você encontrou durante sua formação até hoje, como uma árbitra de destaque nacional?

Acho que como toda profissão o começo é sempre muito difícil, principalmente para um árbitro que precisa ter credibilidade e confiança de todos os envolvidos no jogo. Eu lembro que os primeiros jogos que apitei eu era bastante criticada, pois era nova no meio, mulher e ainda por cima baixinha... rsrs.

 Qual foi sua partida inesquecível?

Foi um jogo sub-13 em Poços de Caldas, onde conheci o ex-coordenador de arbitragem da CBB e atual diretor de árbitros da FIBA Américas Geraldo Fontana, onde em um momento importante do jogo tive que desqualificar um assistente técnico por causa da sua reclamação excessiva e o professor Fontana acabou gostando da minha atitude. Não foi a minha melhor arbitragem, mas esse fato foi o que alavancou o começo da minha carreira e acabou me dando a oportunidade de fazer o teste para árbitro nacional.

 O basquete já deixou você triste alguma vez? Como foi?

Triste nunca. Acho que do basquete eu só tenho a agradecer. Foi através dele que tive minhas maiores alegrias e oportunidades de conhecer lugares e principalmente pessoas maravilhosas que hoje fazem parte da minha vida.

Conheci você atuando nos jogos da LDO, onde foi eleita o destaque da arbitragem, conte mais outros grandes destaques que você já teve na sua carreira.

No primeiro campeonato brasileiro de base que participei, no ano de 2010 em Joinville, fui premiada como árbitro destaque e apitei a final do campeonato. Lá foi onde conheci os atuais coordenador e supervisor de arbitragem da CBB Marcelo e Piovesan que também acreditaram no meu trabalho e a partir daí comecei a ter uma visibilidade maior dentro do cenário nacional.

  Como é atuar em jogos de equipes masculinas? E você de naturalidade francana, ser escalada para apitar um jogo no NBB, na sua cidade natal, me conta como foi esta emoção de poder passar por tudo isso?

Esse é meu primeiro NBB e com certeza é bem diferente do que estava acostumada a apitar.  A pressão é bem maior, portanto a dedicação e o trabalho têm que ser triplicado. A Liga Nacional de Basquete está realmente acreditando nos novos árbitros, o que temos que fazer, portanto, é nos preocupar em fazer o melhor trabalho onde quer que esteja para não decepcioná-la. Lógico que Franca, pela história que a cidade tem com o basquete, você já leva consigo uma grande responsabilidade. Agora, por ser a minha cidade natal não muda muita coisa, pois penso sempre em fazer um bom trabalho, o que diferencia é que lá agora tem uma pequena torcida para os árbitros que é a minha família. rsrs

 Um  fato curioso em sua carreira.

Não tenho um fato específico. Mas é engraçado como todas as pessoas quando me conhecem e digo que sou árbitra de basquete, sempre tem o famoso comentário: “Mas você desse tamanhinho encara aqueles grandalhões do basquete?”

 Suas metas para 2012?

 Em 2012 quero continuar percorrendo o caminho que preciso para chegar a ser uma árbitra internacional. E para isso dedicarei a maior parte do meu tempo para estudar regras, vídeos, inglês e espanhol. Além disso, quero fazer mais pelo basquete, por isso estou estudando alguns projetos que pretendo colocar em prática já no início do ano na cidade de Uberlândia e região englobando atletas, técnicos e árbitros.

 

COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS

 

 

 Uma cidade - Aquela que sou bem recebida 

 Um país - Brasil

 Campo ou praia - Campo

 Prato preferido - Arroz, feijão, costelinha de porco e purê de batata.

 Um sonho realizado - Apitar NBB, LBF e uma final adulta.

 Um sonho a realizar - Tornar árbitra internacional e apitar uma final mundial ou olímpica.

  Um ídolo no basquete - Michael Jordan

 Um homem bonito - Lucas e Gabriel (meus sobrinhos)

 Imprensa - Marcos Chuá

 Um livro - A Cabana

Um filme - Um lugar chamado Notting Hill.

Uma pessoa importante - Minha mãe, que infelizmente já se foi, mas que tenho certeza que me acompanha sempre.

  Amor - Minha família e amigos

 Amizade - Graças a Deus, tenho muitos. E com certeza é uma base que te segura em vários momentos.

 Deus - Tudo

O que você mais gosta - De estar com pessoas que me fazem bem.

 O que mais detesta - Mentira

 A cesta mais certeira de sua vida - Fazer as coisas certas nos momentos certos. Pois errar todo mundo erra, isso é humano. Porém, temos que saber aproveitar as oportunidades e estar sempre preparado para elas. Estudo, dedicação e saber ouvir é o melhor treinamento que existe dentro da arbitragem.

 

Cláudia ,quero que deixe uma mensagem para quem gosta de basquete e algo que possa fazer para melhorá-lo.

As pessoas que realmente gostam do basquete e torcem pelo seu crescimento podem ajudar com pequenos atos. Você Marcos, é um exemplo a ser seguido. Divulgar os acontecimentos seja das categorias de base como do adulto já é uma grande forma de colocar o esporte em evidência. Agora com todas essas redes sociais fica ainda mais fácil de divulgarmos nosso esporte. Além disso, temos que pensar sempre no futuro, e investir em trabalhos sociais, seja patrocinando ou como voluntário é um meio que com certeza dará bons frutos no futuro. Temos que despertar em nossas crianças o interesse por esse esporte, e por mais que elas não se tornem atletas, com certeza serão cidadãos dignos de respeito.

 

Claudia, agradeço por sua entrevista, por suas palavras e se Deus quiser, você alcançará seus objetivos. Um dia, você fazendo uma final de um Mundial ou de uma Olimpíada, e eu realizando mais um sonho também: fazendo essa cobertura.

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