ENTREVISTAS

ANNE SABATINI, TREINADORA DA SELEÇÃO BRASILEIRA SUB-16, MEDALHA DE PRATA NA COPA AMÉRICA, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

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 Anne Amália de Freitas Sabatini:  plantamos no coração das meninas o desejo de ser melhor!

Ela é uma formiguinha que trabalha dia e noite sem cessar durante 27 anos a favor do nosso basquete. Trabalhando desde Escolinhas até dirigir uma seleção  nacional. A jovem treinadora já coleciona entre tantas conquistas, seis prêmios de Melhor Treinadora, pela Federação Paulista de Basketball; responsável pela formação esportiva e cidadã de centenas de jovens.

Ela continua trabalhando, com amor, carisma, profissionalismo e profundo conhecimento de causa. Coube a ela comandar a seleção brasileira sub-16 e uma missão de disputar uma Copa America e ganhar uma vaga para o Mundial sub-17 do próximo ano. Alheio a sua própria vontade, foi dado a ela, um período recorde negativo em tempo de preparação: inferior a duas semanas e lá no interior das Minas Gerais. Ela foi com sua equipe de apoio, e encontrou um “Paraíso”!

Estudiosa, já aprendeu falar “uai” e voou para o México e uma vitória fantástica sobre os “States”. S uas crianças cresceram.  o trabalhou continuou e logo veio os resultados, vitórias. Uma delas ficou na memória de todos, vence os Estados Unidos! Vai para a final contra o Canadá, empate; na prorrogação, quiseram os fados que a vitória fosse para as canadenses e pela diferença mínima.

Ela voltou com medalha de Prata e com vaga garantida para o Mundial, o que podemos dizer, com o dever cumprido.

Ela é Anne que chegando a casa e em um dia de folga, deixa a folga de lado para conceder esta maravilhosa  entrevista.

 Anne, como é a sensação de ser a treinadora Medalha de Prata, inédita nesta categoria e além de vencer os Estados Unidos, perde a final por um ponto e na prorrogação?

A sensação de ter feito uma ótima campanha é muito boa, mas pra mim o que realmente me faz sentir bem é sabermos que plantamos no coração das meninas o desejo de ser melhor!

Vencer os EUA é particular, é claro que é, mas o que me deixa feliz a esse respeito é termos feito um jogo consistente o tempo todo x um adversário poderoso. E o mais importante é lembrar que fizemos essa importante partida depois da primeira derrota desse grupo, lembro-me de desafiar o grupo a ser forte na dificuldade.

 

 Em algum momento, você sentiu que poderia ganhar o Ouro, o que mais faltou e que falta para uma nossa seleção chegar ao topo mais alto de uma competição internacional?

Sabíamos que podíamos alcançar o ouro sim, porém como eu dizia pra elas, precisávamos fazer um jogo mais certinho!

Precisamos melhorar os fundamentos individuais, ganhar mais força física e avançar na leitura de jogo, há muito que melhorar.

Tenho certeza que com a recuperação das meninas (3pivos) que perdemos teremos uma força maior também.

Perder de um ponto na prorrogação é bem indigesto. Mas falhamos muito ao longo do jogo, demoramos para entrar no jogo e o fundamento de rebotes (20 rebotes a menos) fez muita diferença.

 

 E as meninas, “a ficha caiu”, sobre a importância dessa Prata?

Não sei se a ficha caiu não! Rs com 15, 16 anos nem sempre se entende tudo mas estou na torcida e acompanharei mais de perto para que elas amadureçam, ou seja, treinem forte! Busquem ser melhor a cada dia!

 Como você planeja a preparação para o Mundial,  a seleção  vai treinar nos moldes da seleção sub-17 masculina; existe uma possibilidade da seleção disputar a LBF?

Eu gostaria muito! Seria extremamente importante ter esse cuidado com a seleção feminina também.

 Quais serão os adversários mais fortes do Brasil?

Além de EUA e Canadá, podemos esperar adversários fortes da Europa e Ásia. Eu ainda não procurei saber na internet como foi o Euro U16, pois estou dando uma respirada! Mas a partir de semana que vem, procurarei. Foi muito importante para mim e para a equipe saber de antemão detalhes dos adversários, conhecimento adquirido através de vídeos na internet.

 Agora, faça um resumo da sua  vida, dentro do basquete, desde quando começou até chegar hoje nesta Prata, e para quem treinou menos de duas semanas em Paraíso, vale muito mais que Ouro.

Ual! Comecei a jogar basquete com 11 anos em Piracicaba nas escolinhas do Projeto BCN, participei de toda base pelo projeto, tive muitos técnicos bons que acrescentam na minha formação como técnica hoje. Participei de Seleções Paulistas e brasileiras na Base como Atleta. Iniciei como técnica de equipe bem jovem, 21 anos, mas desde os 19 dava aula de Escolinha. Poderia ter jogado mais, mas quando olho pra traz tenho a certeza de que fiz a escolha certa: a prancheta! Tenho a felicidade de ter participado de mais de 20 finais de federação paulista nas categorias de base como técnica, trabalhando no masculino pelo clube Cristóvão Colombo em Piracicaba ou em Americana pela Unimed Americana e agora na Prefeitura de Santa Bárbara. Ter sido campeã brasileira 3 vezes com a Seleção Paulista. Ter sido auxiliar do amigo Julio Patrício no ciclo da geração 97 na seleção brasileira nos últimos anos com o título de campeões sul americano, 3 na copa América e 9 no mundial. Agora como técnica da geração 99 são duas medalhas: campeã do sul americano e vice da copa América. São 27 anos dedicados ao basquete, 17 como técnica de equipes. Algo que sempre me deixou muito feliz foi participar ativamente da base, da formação, os anos que coordenei as escolinhas de Americana trabalhando ativamente para que o número de crianças chegassem a 1000 crianças é algo que nunca vou esquecer, visitar a Seleção adulta hoje e ver muitas atletas que saíram ou passaram pelo projeto é impagável.

 Você não é treinadora exclusiva da CBB, como deveria ser; como será sua próxima temporada de trabalhos?

Infelizmente o futuro de técnico no Brasil é incerto. Hoje trabalho com um grupo Sub 15 em Santa Bárbara ( tem mais gente no forno lá!) estou a disposição da CBB para outros eventos ainda esse ano, como acompanhar o brasileiro de base sub 15. Tenho procurado me aperfeiçoar e talvez volte para os EUA ainda esse ano para algum estágio.

 Na falta de grandes atletas para substituir Paula e Hortência, Quem são os grandes heróis do basquete hoje?

 Os técnicos, profissionais valentes, que amam o que fazem, ganham pouco, fazem vários papéis, professor, psicólogo, preparador, às vezes pai e mãe. Podemos ter muitos problemas hoje, mas a valentia de muitos no país inteiro tem sustentado alguma qualidade na pouca quantidade.

 Como é o relacionamento entre esses técnicos?

 É bom na maioria dos casos, mas pode ser melhor. Quando eu estava nos EUA participei de vários torneios e no final das partidas os Técnicos adversários vinham e elogiavam as minhas jogadoras, algo que não que não é tão comum aqui. Joguei certa vez contra um técnico experiente que elogiou muito minha atuação, naquele dia decidi que elogiaria alguma coisa do time adversário a cada jogo quando voltasse pro Brasil.

Tenho grandes amigos, que são técnicos, muitas pessoas estiveram em contato esses dias de competição. O que foi conquistado foi feito em muitas mãos pelo Brasil.

A atenção por parte da CT do adulto é um diferencial a ser mencionado. Fico muito feliz de termos profissionais de tamanha capacidade à frente do nosso basquete e mais feliz ainda por serem amigos queridos, um norte sabe? Uma inspiração. É importante pontuar também a atuação da CT sub 16,  pessoas fantásticas que mergulharam no trabalho nos dias que estivemos juntos. Sofremos juntos, rimos muito, choramos de alegria, mas, sobretudo trabalhamos pra valer, cada um na sua área somando no todo. As meninas da parte médica foram impecáveis, a Priscila na parte física agregou demais, meus assistentes sempre presentes e o trabalho do Administrador dando todo o suporte possível! Um grupo muito bom.

A Izabela Nicoletti foi um diferencial na equipe, acredita que ela pode ser uma grande jogadora?

A Iza, é uma menina dedicada, bastante determinada. Como ela vai continuar dando sequência no trabalho dela vai determinar o seu futuro. Eu estarei sempre presente acompanhando sua evolução, como faço com outras jogadoras. Embora ela tenha tido uma importância grande na equipe, o que foi conquistado foi feito por todos. Algumas meninas ainda vão amadurecer e se desenvolver mais técnica e fisicamente e ajudarão ainda mais a equipe em futuras competições.

 

COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS

Cidade: Americana

 Pais: Brasil

 Prato preferido: comida japonesa

Imprensa: Marcos Chuá, rsrs

 Sonho realizado: ter uma família.

 Sonho a realizar: ver meu filho se tornar um bom homem

 Detesto: hipocrisia

 Gosto: da família e dos amigos, o basquete me deu ótimos amigos.

Mensagem: vou usar a frase que trabalhei com as meninas: "Existem coisas boas, existem coisas melhores, mas existem coisas excelentes, busquemos as excelentes!” Dallin H. Oaks

Obrigada Marcos pelo carinho de sempre! Você é como o doce de leite que você fez!

Rsrs

OBSERVAÇÃO:

Nas fotos abaixo, alguns momentos da carreira da treinadora, como

Seleção adulta;

Campeã sul-americana;

Premio na FPB;

Ao lado do técnico Ariel,  de Piracicaba, seu amigo pessoal, juntamente com  o filho;

Geração 97;

Base em Americana;

Copa America em Cancún, México em 2013, medalha de bronze

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