BASQUETE FEMININO SUB-15: UM BELO ESPETÁCULO PARA UM GINÁSIO VAZIO
Tempos atrás, eu pensava que tristeza e alegria não poderiam coexistir. Quando me sinto triste e penso em basquete, a tristeza logo desaparece, abrindo espaço para a felicidade.
Esta semana, eu estava na bela Arena Olímpica de São Sebastião do Paraíso, para mais uma cobertura dos treinamentos da seleção brasileira sub-15 feminina de basquete. Clima perfeito para obter o sucesso desejado neste trabalho jornalístico; cidade vizinha e amiga, maravilhosa acolhida por todos, funcionários da casa e comissão técnica da nossa seleção e o máximo da receptividade que poderia acontecer: ver o sorriso estampado no rosto de cada atleta, mesmo se exaurindo após fatigantes exercícios físicos. Era uma verdadeira festa dos 15 anos em um baile de gala, ou melhor, em uma quadra de trabalho.
Num segundo ato, se é que posso dizer assim, um jogo propriamente dito: de um lado, a nossa seleção “canarinho”, não importa a modalidade, a idade, o sexo, mesmo estando no chamado “país do futebol”, mas, é o Brasil. Do outro lado a equipe do SESI/SÃO PAULO, que se deslocou da capital paulista, gentilmente para participar como “sparring”, tendo como objetivo maior, a seleção brasileira. Tudo pronto, as equipes, os uniformes, placar eletrônico em ação e um árbitro. Sim um árbitro apenas, não foi possível encontrar outro ou outros, mas o jogo começou. A luta, os esforços, a dedicação, à vontade, o amor ao trabalho de todos se fazia durante todo o tempo.
Termina o jogo. Os quarenta minutos de jogo, se passaram depois de anos de trabalho de profissionais altamente capacitados. Você já pensou quais são os caminhos para uma criança de 15 anos, chegar a uma seleção brasileira, podemos resumir em estudo, estudo, trabalho e mais trabalho!
Quem sabe quanto foi o resultado do jogo? Quem assistiu? Quais os órgãos de imprensa cobriram?
Respondendo, para saber o resultado se faz necessário ter assistido ou ler depois os noticiários. Quem assistiu? Agora ou volto ao inicio do texto: alegria e tristeza, juntas!
Sinto-me feliz em estar ao lado do basquete, mas bem triste porque, em todo esse cenário, num ginásio para quase 4 mil pessoas acomodadas em suas cadeiras. O ginásio ficou todo azul, cor das cadeiras e exatamente nenhuma pessoa sentada para ver tudo isso, todos esses atos e a cores da nossa Bandeira Nacional em destaque.
Pensar que nenhuma escola da cidade, enviou alunos para prestigiar nossa seleção maior e se houvesse uma pesquisa para saber dessa ausência, até imagino o resultado; o aluno queria ir ao jogo, mas o professor não permite. O professor queria ir e levar seus alunos, acontece que o diretor não permitiria. O diretor queria prestigiar o evento, levando toda sua escola, mas o inspetor não permitiria. O inspetor queria levar a escola, mas se levasse, teria que fazer o mesmo para todas as escolas de sua jurisdição.
Se fosse continuar eu chegaria a mencionar o secretário da Educação e posteriormente, o Ministro da Educação.
Conclusão: o país apoia o esporte, porém, ainda não entendi como ...o estado apoia o município idem. No Brasil todos apoiam o esporte, existe a lei de incentivo e o cenário acontecido na minha vizinha e simpática Paraíso, não é uma critica à cidade, isso aconteceria em qualquer lugar do país.
Ver um jogo lindo, bem disputado, muitos profissionais envolvidos, as meninas com o esforço máximo e com a alegria transbordando e levando o nome da nação a caminho do ponto mais alto do nosso continente, tudo isso e nenhum torcedor para registrar o acontecido.
Um belo espetáculo para um palco vazio e assim terminou o último ato.
E a imprensa? Se meu amigo leitor ainda não viu ou leu nada a respeito, peço um crédito ao CHUÁ MARCOS. Eu estava bem solitário registrando tudo isso, e veja a alegria da meninada nas fotos abaixo e na esperança de um dia elas possam compartilhar esta felicidade com um ginásio lotado e um país do futuro sendo educado através do esporte.