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05/04/2016

MEMÓRIA OLÍMPICA: MARIA HELENA CARDOSO

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Rio de Janeiro – Campeã como jogadora e como técnica, Maria Helena Cardoso deixou seu nome gravado na história da Seleção Brasileira Adulta. Ao lado de grandes nomes do basquete, Maria Helena fez parte de uma geração vencedora do esporte nas décadas de 60 e 70. Como jogadora da equipe nacional, a ex-ala-pivô foi fundamental na conquista do bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos de Cali, em 1971, na Colômbia. Mas foi como técnica a sua maior contribuição para a história do basquete brasileiro. Depois da conquista do terceiro lugar no Torneiro Pré-Olímpico Mundial da Espanha, em 1992, o Brasil disputou pela primeira vez uma edição feminina dos Jogos Olímpicos. 

“Esse foi um dos momentos mais emocionantes e sofridos da minha carreira. A classificação para as Olimpíadas de Barcelona, em 1992, foi dramática porque fizemos nossa parte, mas ficamos dependo de resultados. Conseguimos o sonho de estar na maior competição esportiva do mundo. Mas foi quando também obtive o momento mais frustrante com a eliminação da equipe dos Jogos Olímpicos e finalizamos em sétimo lugar. Não consigo esquecer a derrota para Cuba (95 a 88) na prorrogação (80 a 80 no tempo normal), que nos tirou a chance de disputar uma medalha. Chegamos muito perto e perdemos jogos por diferenças muito pequenas, mas tristezas também fazem parte da rotina de um técnico”, analisou Maria Helena.

Com grandes jogadoras como Ilza, Nilza, Norminha, Laís Elena, Heleninha, Marlene e tantas outras, a Seleção Brasileira participou em 1967 de um jogo-exibição para os comissários da FIBA analisarem a possibilidade do basquete feminino entrar na Olimpíada. Mesmo com o parecer positivo dos comissários nos Jogos Olímpicos seguintes, os Comitês Organizadores das cidades sedes da Cidade do México (1968) e Munique (1972), não incluíram a modalidade na competição. O basquete feminino só começou a participar nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, no Canadá. Mas Maria Helena Cardoso já havia parado de jogar.

"Foi um jogo contra a Tchecoslováquia, em Madri, na Espanha. Perdemos na prorrogação, mas foi uma grande partida e os comissários aprovaram a entrada na hora", lembra. 

Maria Helena foi também a primeira mulher a se tornar técnica de basquete numa época que o universo era dominado pelos homens. 

“Fiz tudo com amor e muita dedicação. Se voltasse no tempo, faria tudo igual. Aprendi muita coisa, inclusive nas derrotas. Minha formação como pessoa se deve também ao basquete", afirma.

Técnica da Seleção Brasileira pela primeira vez em 1986, a treinadora comandou uma geração olímpica que contava com grandes estrelas que perduram até hoje como Magic Paula e Hortência Marcari.

"Eu tenho duas passagens pela seleção, mas tem uma que quero destacar nesse momento. Para ilustrar a questão do relacionamento de grupo vou falar sobre quando eu comandei pela primeira vez a equipe nacional. Quando cheguei à seleção me perguntavam como íamos fazer, já que Paula e Hortência não se falavam. Elas eram as duas principais jogadoras na época. Minha solução foi simples. Dividi os quartos e coloquei as duas juntas. É claro que não gostaram e reclamaram. Deixei claro que tudo bem se não fossem amigas, mas que precisariam se entender para que pudessem trabalhar juntas. E deu resultado, pois elas se entenderam tanto que até hoje se dão muito bem, mas até aquele momento a coisa ia bem devagar. A rivalidade entre as duas era grande e ajudou muito a enriquecer o basquete, mas internamente atrapalhava o grupo. Então são situações que precisamos entender para resolver caso aconteça algo nesse sentido", explicou a ex-técnica da seleção.

25º JOGOS OLÍMPICOS
Local: Barcelona – Espanha
Data: 26 de julho a 8 de agosto de 1992

Delegação do Brasil
Adriana Aparecida dos Santos (5pts / 3 jogos), Helen Cristina dos Santos Luz (4pts / 1j), Hortência de Fátima Marcari (94pts / 5j), Janeth dos Santos Arcain (85pts / 5j), Joycenara Batista (4pts / 2j), Maria José Bertolotti “Zezé” (NJ), Maria Paula Gonçalves da Silva (80pts / 5j), Marta de Souza Sobral (59pts / 5j), Nádia Bento de Lima (7pts / 4j), Ruth Roberta de Souza (26pts / 5j), Simone Pontello (8pts / 3j) e Vânia Hernandes de Souza (13pts / 5j). Técnica: Maria Helena Cardoso.

Campanha do Brasil
Brasil 85 x 70 Itália
Brasil 88 x 95 Cuba (80 x 80 no tempo normal)
Brasil 64 x 76 CEI
Brasil 62 x 74 Tchecoslováquia
Brasil 86 x 83 Itália (78 x 78 no tempo normal)

Classificação final
1º- CEI; 2º- China; 3º- Estados Unidos; 4º- Cuba; 5º- Espanha; 6º- Tchecoslováquia; 7º- Brasil; 8º- Itália.

Fonte: CBB

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